Artigo

Educa a criança no caminho em que deve andar

O dia doze de outubro é o dia das crianças agradeça a Deus por seus filhos e, se possível leve-os passear, ensinando-os a importância do lazer, da família e de serem gratos a Deus por todas essas dádivas.

Nesta data é necessário vê a grande responsabilidade de ser bons exemplos para todas as crianças que passam por nossa vida. A criança representa a inocência, a esperança e o futuro. A brilhante educadora e escritora Eronilda Maria Góis em seu livro sobre Educação Infantil afirma: que a educação infantil não é nem casa, nem escola, nem enfermaria pediátrica, ela aponta que existem vários fatores que favorecem essa indefinição destacando dois deles: o primeiro refere-se a faixa etária das crianças de zero a seis anos que requer da família e das instâncias da educação infantil, a execução de atividades ligadas ao binômio cuidado/educação, fazendo com que as práticas desenvolvidas nessas duas instâncias sejam muito semelhantes.

O segundo fator remete ao fato de que a percepção e a conscientização de que o cuidado e a educação das crianças pequenas devem ser partilhados pela família e pelos poderes públicos. A educadora diz: “pensar em educação infantil como uma mistura de atividades de rotina diária da creche e da pré-escola com o trabalho doméstico e/ou enfermaria pediátrica não é uma realização de um trabalho na educação infantil”.

Para cumprir uma das vinte metas do novo PNE (Plano Nacional de Educação em tramitação no Senado Federal, dependerá de fatores complexos, como formação de professores, investimento em estruturas e mudanças de paradigmas, a começar pela prioridade dedicada à educação de crianças de zero a cinco anos. É notável que a educação dessas crianças ganhou posição de destaque: antes tida como um espaço de assistencialismo, hoje a educação infantil é caracterizada como uma etapa para o desenvolvimento da criança. Os fatores principais para essa ocorrência é sem dúvida a alteração nos modelos de família e do papel da mulher e o alargamento nos estudos com foco na educação infantil no Brasil e no exterior. A visão da educadora Eró está em uma escola coletiva, com bons profissionais e recursos que ajuda na aprendizagem e no desenvolvimento da criança.

O M.E.C estima que o déficit de creches e pré-escolas é de dezenove mil e setecentos e setenta e seis, e o Governo Federal se propôs até 2014 construir seis mil unidades em parceria com os municípios. Nesta semana da criança necessitamos de uma mudança de olhar. A professora Eró, (mestra em educação e especialista em educação infantil), conclui no seu trabalho que foram realizadas várias argumentações sobre a importância da educação infantil e da valorização dos seus profissionais, infelizmente os argumentos não são suficientes para criar a fé no coração dos gestores públicos, dos educadores e da sociedade. Isso é uma verdade pois o IPEA aponta que o investimento federal na educação infantil saltou de 256 milhões de reais para cerca de um bilhão de reais entre 2011 e 2012. Mas com todo esse investimento o déficit de atendimento e a baixa qualidade encontrada em algumas localidades é assustador. A sociedade brasileira discrimina e não trata a criança pequena como cidadã.

Se não há educação qual a saída? O trabalho infantil é proibido por lei e constitui-se crime, mas, nas florestas da Amazônia, crianças correm fazendo estrias nas árvores para o sulco, colocando sacos para a resina escoar, tem as mãos grudentas de goma ou cheirando a diesel, usado para a limpeza, se arriscam em barcos rio acima e rio abaixo, no comércio têm os olhos queimados pelo óleo da castanha ou são usados sexualmente de forma estúpida e covarde.

Mãos infantis colhem folhas de chá, fumo ou frutas, aplicam veneno, são marcadas pelo ácido da laranja, mutiladas pelas foices nos canaviais. Há uma atenuação no trabalho infantil, nossas crianças clamam por ter assegurado o direito de ser criança: de brincar e sonhar. Brincar cumpre na infância um papel muito maior do que a busca do prazer e da diversão. O que perdemos ao longo de nossa vida podem ser repostas ou substituídas em outra fase, porém a infância nunca poderá ser restituída a quem a teve roubada ou mutilada. Pensar na educação infantil é pensar o futuro de nossas crianças.