Artigo

A vida lhe manda a conta

“Se você vacila no dia da dificuldade, como será limitada a sua força!” Pv. 24: 10.

Em determinada unidade escolar do Brasil, alguns alunos foram até a direção “fazer queixa” de um professor. O gestor, muito sabiamente, chamou-o para conversar e foi informado por ele do desinteresse dos referidos alunos sobre as aulas.

Passados alguns dias, o diretor foi à sala de aula e flagrou os respectivos alunos acessando as redes sociais. Furioso, exortou firmemente os alunos saindo rapidamente. O professor aproveitou aquele momento de tensão para propor um exercício de cidadania. Ele informou que quando vamos a um restaurante, podemos pedir ao garçom o que desejarmos e ele sempre solícito e comum sorriso no rosto fará o atendimento quantas vezes for requerido, mas no final, chegará o momento da apresentação da conta.

Somos protagonistas do palco da nossa vida. Entretanto, alguns milhares de atores e atrizes preferem confortavelmente assentar-se nas poltronas das plateias e muitas vezes sussurrar de forma inconsciente… “deixa a vida me levar, vida leva eu”.

Saber que a conta vem é uma certeza inexorável da vida. A grande pergunta é como pagá-la? Poderíamos falar de determinação, mas esta “moeda” já foi apresentada em textos anteriores, e nem sempre é uma moeda muito corrente. A saída talvez esteja na formação de um estilo de vida. Precisamos ser o eterno aprendiz. O investimento em educação deve ser constante, porém criterioso.

As estatísticas mostram que boa parte dos universitários conclui seu curso e sofrem um lento ingresso no mercado de trabalho, onde muitos são absorvidos em áreas diversas, mas não as de sua graduação. Este cenário gera a chamada ansiedade do aprendizado. Edgar Schein, professor do MIT afirma que só aprendemos quando temos necessidade de sobrevivência. Para ele o aprendizado não é sinônimo de satisfação, masfonte de ansiedade e de culpa. Para aprender algo novo, as pessoas precisam se desfazer de alguns conceitos, segundo ele é como uma “lavagem cerebral” situação onde as pessoas são obrigadas a incorporar novas crenças sem escapatória.

Não estamos aqui desfazendo o lúdico na aprendizagem, muito pelo contrário. Mas estudar requer disciplina, esforço, dedicação e uma poderosa visão de futuro, sem estes elementos não estaremos preparados para o instante de apresentação da conta. “Quem para de aprender envelhece, tenha vinte ou oitenta anos. Quem continua aprendendo se mantém jovem” (Hery Ford)

É..! À vida lhe manda a conta. Sou professora de curso preparatório para concursos, quantas ocasiões, lamento internamente, ver meus alunos pedirem para sair mais cedo por conta de compromissos inadiáveis, quantos faltam e adiam uma aprovação certa pela falta de compromisso com sua própria aprovação. Pablo Picasso costumava dizer: “Sempre faço o que não consigo fazer para aprender o que não sei”.

O sucesso não é mero acaso. São necessários pelo menos vinte anos para que ele apareça da noite para o dia. As pesquisas mostram que os bem-sucedidos tem um projeto pessoal, eles não param no meio do caminho. Eles não se acomodam nem aceitam sua vida como ela está. Estão em constante aprendizado, sãoproativos, evoluir faz parte de sua personalidade, do seu perfil e da maneira de gerir suas vidas. Os que não têm um projeto pessoal são apáticos, desinteressados e costumam ter uma forte relação de dependência. Consideram que o futuro não lhes pertence, mas ao destino ou a fatores externos. “Os covardes nunca tentam, os fracassados nunca terminam, mas os vencedores sempre alcançam”. Não tem jeito é assim que se paga a conta.