Artigo

Medicina – passado e presente – parte ll

Dando prosseguimento aos avanços da medicina nos últimos anos, abordo hoje os analgésicos. Desde a Antiguidade, o homem já utilizava ervas para diminuir a dor, mas só há 150 anos, um médico teve a intuição de dá chá de salgueiro a um paciente, que vivia martirizado com dores nos joelhos. Para satisfação do médico e do paciente, a inchação e a dor foram sendo aliviados até a cura completa. Estava descoberto o Ácido Acetil salicílico, o A.A. S ou Aspirina. Hoje, a Aspirina, que é analgésica, anti-pirética e anti-inflamatória, é sintetizada, obtida industrialmente, por meios químicos. Com a aspirina, iniciava a era dos anti-inflamatórios.

Já Jenner, um médico inglês, no século XVlll, produziu a primeira vacina. Inoculou ele, no braço de um menino, tendo feito previamente uma leve escarificação, umas gotas de material pustuloso retirado das mãos de uma ordenhadora de vaca. Jenner, na sua perspicácia, descobrira que as ordenhadoras apresentavam pústulas nas mãos, mas jamais adoeciam de varíola. Concluiu ele que elas se contagiavam com uma forma branda da doença, transmitida das vacas para as ordenhadoras. O menino apresentou uma ferida pustulosa no local onde fora feita a escarificação, mas não adoeceu. Jenner recolhia o material das mãos das ordenhadoras, armazenava-o em frascos e ia vacinando o povo. Com o desenvolvimento da indústria, o material varioloso passou a ser acondicionado em frascos apropriados e se disseminou o método jenneriano de evitar-se a varíola. Só, muitos anos depois, o mundo científico percebeu que o notável médico inglês havia descoberto uma maneira de prevenir uma terrível doença. Outras vacinas vieram e, hoje, as crianças brasileiras são vacinadas para diversas doenças.

Outro avanço foi o advento dos anti-hipertensivos. Outrora, o hipertenso estava condenado a ir ao óbito por infarto do miocárdio, insuficiência renal ou acidente vascular encefálico. Contudo, os hipotensores vieram mudar essa realidade. Quando se segue uma dieta com pouco sal, diminui a ingestão de gordura, faz exercícios físicos, faz abstinência do fumo e do álcool e, principalmente, usa corretamente a medicação hipotensora, o hipertenso melhora sua qualidade de vida.

Com o surgimento do fenobarbital, os epilépticos, nas crises, sofriam com as contrações, sendo motivo de sofrimento para os seus familiares. A ignorância da época supunha ser a epilepsia contagiosa, quando, na realidade, a saliva do paciente é inócua. Depois apareceram outros anticonvulsivantes e o doente só apresenta crises quando se descura do tratamento. O fenobarbital também foi usado nas crises de ansiedades, entretanto, hoje, ele é substituído por medicamentos que levam o nome de ansiolíticos. Em 1 950 descobriram-se os fenotiazínicos e em 1 958 as butirofenonas. Iniciava-se um novo capítulo no tratamento das doenças mentais, especificamente, as esquizofrenias. Antes, os doentes eram segregados à camisa de força ou a solitárias, deixando os familiares ainda mais angustiados. Graças àqueles medicamentos, os pacientes ficavam compensados, diminuindo sua agressividade, especialmente, na esquizofrenia paranoide. Para finalizar o artigo, cito técnicas que muito fizeram avançar a medicina como a endoscopia digestiva, a tomografia e a ressonância magnética.