Artigo

Inovação e Criatividade Como Fatores Motivacionais – VII. Mecanismos de Defesa.

No artigo anterior prometi entrar num ambiente mais propício ao lado espiritual: como os sentimentos abstratos nos conduzem a realizar coisas que jamais poderíamos imaginar que faríamos. Vamos lá…

Energias biológicas, psicológicas e espirituais sempre nos encaminham na direção de algo. São os estímulos internos com que somos providos ao nascer e ao crescer. Ambientes valorados por esses sentimentos são importantes no contexto motivacional. Pessoas que pregam o amor sempre se sentirão motivadas, não por serem consideradas bobas, mas por terem coração puro e livre dos males da mente, até mesmo de bens materiais. Como exemplo temos grandes líderes que atingiram seus objetivos – como Mahatma Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce – focando apenas nos sentidos biológicos, psicológicos e espirituais.

De forma generalizada, temos três vertentes de forças energéticas. A primeira é a biológica: manifesta-se pelo desejo de alimento, água, sexo, de se movimentar, ou seja, aquilo que Maslow denomina como necessidades fisiológicas. A segunda é a psicológica: manifesta-se através dos sentimentos mais abstratos ou passionais como ciúmes, esperança, inveja, orgulho, sentimento de culpa, remorso, desejo de justiça, vaidade, generosidade, senso moral… Algumas dessas forças – como a inveja, por exemplo – destroem a nós mesmos. Há também um comportamento social instável, não importa se for num ambiente corporativo, familiar ou político. Enfim, qualquer que seja o ambiente em que estejamos inseridos, há uma inconsistência, uma ausência de propósitos, uma fragilidade no caráter das pessoas ante questões que lhes são impostas, tomados por um senso de urgência baseada num imediatismo com a desculpa da sobrevivência. Isso leva a um descontrole do organismo social. Políticos que fazem acordos ímprobos por minutos adicionais nos horários eleitorais, sem se importarem com a dissonância ideológica. Profissionais de companhias privadas que travam verdadeiras batalhas, planos cheios de estratagemas contra o colega da mesa ao lado por busca de notoriedade com o objetivo de maior remuneração. Junto com ódio, a inveja é o mais destruidor dos sentimentos. A terceira força de energia é a espiritual: como o amor universal ou amor ágape que Jesus citou em um dos seus sermões, a compaixão por assim dizer, o que muitos também chamam de intuição.

Muitas de nossas forças energéticas vêm da nossa célula familiar, por isso muitos de nossos comportamentos na empresa têm origem em nossas famílias. Sobre isso, Laurent La Pierre conceitua a hereditariedade biológica: “ela tem uma influência e deve ser reconhecida em seu justo valor; do mesmo modo, a herança sócio-cultural dos diferentes meios no seio dos quais o sujeito é criado, educado e civilizado tem uma influência inegável sobe o psiquismo”. As figuras dos pais podem estar interiorizadas como ativamente benevolentes ou perseguidoras, amantes ou dominadoras, o que leva o sujeito a utilizar mecanismos psicológicos bem conhecidos como a negação, a idealização, a inveja, o desprezo… Nossa personalidade é, em grande parte, animada por esses objetos introjetados.