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Inovação e Criatividade Como Fatores Motivacionais – VIII. Mecanismos de Defesa.

No artigo anterior começamos a imersão do ambiente mais propício ao lado espiritual: como os sentimentos abstratos nos conduzem a realizar coisas que jamais poderíamos imaginar que faríamos. Enfatizamos as energias biológicas, psicológicas e espirituais. Hoje vamos falar um pouco das forças e funções motivadoras. Sempre lembrando que todo o conteúdo aqui exposto foi tirado do curso Motivação nas Organizações, da Fundação Getúlio Vargas, sob o comando da professora e doutora Sylvia Vergara.

Um dos maiores psiquiatras do mundo e fundador da Psicanálise Analítica, Carl Jung, afirma que temos quatro funções psíquicas básicas, responsáveis pelo modo de conhecer, e das quais outras derivam. São elas: o pensamento, a percepção/sensação, o sentimento e a intuição. O pensamento e a percepção/ sensação são conscientes. O sentimento pode ser consciente ou inconsciente. Mas a intuição é inconsciente.

Consciência é um complexo de representações percebidas pelo eu como tal. Inconsciências são as referências do eu não percebidas por ele como tal. O pensamento e o sentimento são funções racionais porque se caracterizam pela primazia das funções racionais ou de julgamentos. A percepção/sensação e a intuição são irracionais – não racionais – porque não se baseiam em juízos racionais, mas na intensidade das percepções. Embolou? Vamos descomplicar.

O pensamento é a função racional consciente nutrido pelas percepções sensoriais, ou seja, tudo que você consegue ver, sentir, tocar e ouvir, mas também pode ser através de fontes subjetivas, que advêm do espírito. O sentimento é também uma função racional relativa a valores, a agrados, cujos conteúdos estão na consciência ou no inconsciente. Podemos às vezes esquecer os fatos, mas não esqueceremos o sentimento associado ao fato. O que interessa aqui é que você perceba a relação entre função psíquica predominante em uma pessoa e motivação para a realização de determinada tarefa. Também interessa que você possa perceber que o processo motivacional é extremamente rico, incluindo necessidades, satisfações, expectativas, valores, modelos mentais e, certamente, o significado que atribuímos ao trabalho. Isso tudo pra dizer que ninguém é igual a ninguém.

Já afirmamos em artigos anteriores como é difícil criar uma equipe vencedora e unida, dando a sugestão de tentar montar grupo homogêneo. Todos possuímos as quatro funções aqui citadas, mas sempre terá o predomínio de uma em detrimento de outra. Uma pessoa com certo tipo psicológico pode ser motivada para uma tarefa e outra não. Um tipo predominantemente intuitivo não se sentirá motivado para tarefas rotineiras. Um tipo predominantemente racional se sentirá motivado para tarefas de planejamentos.

A descoberta do nosso tipo psicológico pode nos ajudar a entender porque colocamos nossa energia em uma coisa e em outra não, como também pode nos ajudar a entender o que motiva as outras pessoas. No próximo artigo, falaremos sobre autodesenvolvimento.

Até a próxima.