Artigo

Pessimismo a toda a prova

Quero acreditar no meu país e não consigo. Será um caso de pessimismo crônico? O impera¬dor de Garanhuns deita e rola de otimismo. Nunca houve uma mulher igual a Dilma como ge¬rente de um pais em crescimen¬to, O Brasil, caso não fosse a eli¬te branca, estaria com a mão na roda.

O problema é que percorro as manchetes, dos jornais, dos por¬tais, e o demo vem com a sua doce conversa. Está certo de que ja¬mais me comprou. Está certo de que já me comprou o voto. Mas, ou estou atacado de glaucoma, ou não acabo de ler que a linha branca teve o pior desempenho dos últimos dez anos. O calote da Argentina forçou-nos, por seu turno, a suprimir 20% das impor¬tações do tradicional parceiro.

E, no entanto, Buenos Aires, afogados até o gasnete na crise, se projeta como centro financeiro mais dinâmico do que São Paulo. Essa eu faria questão de enten¬der.
O pibinho da senhora presi¬denta, depois de sucessivas rea¬valiações em queda pelo trêfego ministro Mantega (aquele mes¬mo que escreveu contra o Plano Real), passou agora a ser medido por decimais pelo governo. Esta¬mos na estimativa de 0,86%.

O imperador de Garanhuns irritou-se com o seu amigo Botín do Banco Santander. Culpa de uma funcionária que se atreveu a censurar a politica econômica da presidenta. “Ela não entende porra nenhuma de Brasil e de go¬verno Dilma”, esbravejou. Exigiu a demissão da moça e a obteve, embora sendo ato contrário á Constituição vigente.

A um amigo menos aloprado, que o havia advertido, o grande estadista saiu-se com esta: “Fod… a Constituição!”. Falou e disse. E depois começou a sair com a com¬panheira pela porta dos fundos dos atos de propaganda eleitoral antecipada.

Um escândalo sucede outro. Um dos últimos estava doido para furar a fila. E não é que veio à tona? As perguntas formuladas pelos parlamentares aos réus de Pasadena vazaram com antece¬dência, para seu maior conforto e melhor dicção. O responsável é o Congresso, a quem cabe apurar, afirma a senhora presidenta, em voz firme.