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De operário para “o político mais popular da história do Brasil”

Em vários períodos da história humana, indivíduos são consagra¬dos como herói ou é estimado como uma referência política, intelectual ou religiosa. O ex-metalúrgico e sin-dicalista, Luiz Inácio Lula da Silva é tido como um herói nacional, o “Odisseu” nacional pós-moderno. Lula, como é mais conhecido, foi considerado pela revista New York Times como uma das 100 pessoas mais influentes do Mundo em 2010, no mundo político foi descrito como “um homem com ambições audacio¬sas para alterar o equilíbrio de po¬der entre as nações” e foi chamado de “o político mais bem-sucedido de seu tempo”. Mas com todo este su¬cesso me aparece um questionamen¬to, será que toda essa glória foi um milagre? Certamente não!

As várias acusações, como as de Romeu Tuma Junior e Marcos Va¬lério, ou as centenas de folhas de declarações nos processos que tra¬mitam na Procuradoria-Geral da República ou na Justiça Federal, quão a depoimento de Valério que está em poder do Ministério Público Federal em Minas Gerais, mostram que essa popularidade não foi uma benção celestial.

Não podemos negar que seu mandato foi marcado por progra¬mas sociais, quanto o “Bolsa Famí¬lia” e o “Fome Zero”, e pela política externa. Um dos seus grandes feitos foi em 2008 quando o Brasil possuía dinheiro suficiente para quitar a dívida externa, deixando pela pri¬meira vez na história da Nação de ser devedor líquido. Outro marco no período que esteve como Chefe de Estado foi a melhoria da exposição do País internacionalmente. Porém, todas essas concretizações, também, podem ser entendidas como forma de mascara crises e escândalos po¬líticos, a saber: Denúncias de en¬volvimento de propina na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, o caso da venda de dossiê para pe¬tista em São Paulo, o suposto enri¬quecimento do seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, a partir de um con¬trato com a Telemar, a denúncia de improbidade administrativa na pro¬moção de favorecimento pessoal e do Banco BMG e, em 2008, a denúncia dos cartões corporativos.

Destarte, o papel do mestre da política de centro, quiçá de centro¬-esquerda, é regado de contradições, ora sendo passível de admiração, ora vista com refutação. Assim, nos remanesce a cobrar explicações dos poderes públicos, independente da divisão tripartite, e, em especial, ao Ministério Público e o Poder Judiciá¬rio, com o total de oito ministros indi-cados pelo ex-presidente e pela atual presidenta que compõem o STF.