Artigo

Inovação e Criatividade Como Fatores Motivacionais – XV.

O poder nas organizações. Liderança, quem a exerce?

Em setembro finalizamos o assunto voltado a trilha da motivação:
“o que motiva a organização, motiva os seus” sugerindo que as empresas montem projetos desafiadores e que possam envolver a todos como: ser a empresa mais limpa; aumentar a produtividade; eliminar o cartão de ponto; decorar o ambiente… hoje vamos falar sobre o poder nas organizações, nada exerce mais atração às pessoas do que essa palavra: PODER.

Nenhuma paixão é mais duradora, alguns até acham que o poder é uma questão de sobrevivência e esse tema cabe uma análise bem aprofundada, pois admite múltiplos focos. Existe o poder burocracia, poder do pensamento positivo, poder do chefe, querer é poder, poder institucional, poder do mercado, poder sem limites, mão invisível do poder, poder da eminência parda… entretanto, focalizaremos o poder nas organizações – empresas, escolas, hospitais, casas de filantropia… Para que o poder exista, o cenário tem que conter uma relação entre o poderoso e a pessoa sobre a qual o poder é exercido, para isso se faz necessário uma estrutura de influências sobre indivíduos e grupos, partindo desse pressuposto, o conceito de liderança se aplica ao poder, ou seja, para que um líder exerça seu poder de influência, terá que identificar suas motivações. Com isso podemos afirmar que existe uma relação entre: motivação, liderança e poder.

Grandes autores como J. Kenneth Galbraith afirmam que há três principais fontes de poder: PERSONALIDADE; PROPRIEDADE E RIQUEZA E ORGANIZAÇÃO.

Personalidade: A personalidade refere-se a qualquer característica pessoal. Nas sociedades primitivas, tal característica era a força física. Nos dias atuais, pode ser a inteligência, a conduta moral, a capacidade de nos expressarmos adequadamente… Para Galbraith, a personalidade revela um estágio mais antigo do exercício do poder. Por esse motivo, é tão sedutora a nossos instintos arcaicos, seduzindo jornalistas, comentaristas de televisão… porque podem aparecer na telinha, enquanto a propriedade e a organização não permitem isso. Propriedade/riqueza: A propriedade compra a submissão. O dinheiro fala. Nas palavras de Gailbraith, o empregador curva os trabalhadores a seu objetivo, o homem rico submete seu motorista, o grupo de interesse específico compra os políticos, o libertino domina sua amante…

Organização: A organização refere-se a grupos organizados –empresas, movimentos sociais urbanos e rurais, escolas, hospitais, igrejas… É a fonte de poder mais importante na era contemporânea. Como diz o velho ditado, a união faz a força. Para Galbraith, hoje em dia, uma personalidade – por mais atraente que seja – necessita da organização para respaldar-lhe o poder. Ao deixá-la, deixa também o poder que exercia O crescimento dos grupos organizados tem criado certo declínio do poder, no seu contexto mais centralizador, para Galbraith, personalidade, propriedade e organização não são mutuamente excludentes, ou seja, pode haver uma combinação entre elas. E aí vemos que a personalidade combina com a propriedade e as combinações são variadas. Temos que entender que o poder se move e, como um cameleão, assume diferentes cores e até meso configurações conforme os cenários ou as chamadas forças do mercado, além disse existem pessoas e interesses em jogo, sem falar em áreas dentro das empresas acabam exercendo poder conforme o movimento do mercado, em situação de concorrência perfeita onde ninguém consegue ter um poder de influência esmagador e determinar os preços, é provável que as áreas de Marketing e vendas exerçam o poder.

Continuamos na próxima.

Fonte: Gestão de Pessoas da FGV, professora e dra. Sylvia Vergara.