Artigo

Inovação e Criatividade Como Fatores Motivacionais – XV

O poder nas organizações. Liderança, quem a exerce?

No artigo anterior dissemos que o poder se move como um caleidoscópio, assumindo formas de acordo com o movimento do mercado exercendo ou não mais poder. Isso faz com que o poder mude de mão de acordo para onde a economia se mexe.

Para ficar bem claro como o poder se move vai aqui alguns exemplos que Galbraith definiu: em uma situação de monopólio é provável que o poder se desloque para as áreas de operações e de comunicação social. Em uma situação de oligopólio há grandes chances de o poder mover-se para as áreas de produção e finanças. Em uma situação de greve é provável que a área de recursos humanos exerça o poder. Em uma situação de acidente ecológico ou de transição política é provável que o poder se mova para a área de comunicação social. Em uma situação de indefinição econômica e inflação é provável que a área de finanças exerça o poder. A análise fica mais fácil agora, embora o poder se movimente de acordo com as conjecturas econômicas, sociais e ou governamentais, sempre terá por trás delas, uma pessoa a frente do poder. Como tudo na vida, para sobreviver, necessitamos de fontes, com o poder não é diferente, sabemos que para exercê-lo, se faz necessário o apoio de organizações para respaldá-lo. Existe um estudo de fontes do poder de Francisco Bittencourt que indica um conjunto de seis indicadores que exercem posições de implicam na liderança de grupos ou de equipe produtivas, são eles: poder de recompensa; poder de coerção; poder da legitimidade; poder legitimado; poder da informação; poder do conhecimento; poder pessoal ou poder de persuasão. Bittencourt afirma que este conjunto de fontes de poder, aliados ao uso da autoridade decorrente do cargo ou posição exercida, e a prática da influência decorrente da situação existente podem levar à consolidação da busca de resultados, do exercício da liderança e de processos negociais. Vamos ver o que o autor fala sobre cada uma dessas fontes.

Poder de recompensa: O poder de recompensa é o poder que permite a possibilidade de trocar, de fazer concessões, de barganhar durante o processo de busca de resultados, de exercício da liderança, de negociação.

Alguns cuidados dever ser tomados para quem tem tendência a optar por esse tipo de fonte, a
consciência que sempre terá que dá algo em troca; analisar o que pode oferecer nessa troca e
se é compatível para o interlocutor; conhecer o valor real de tudo; saber o valor do que se
pretende obter em troca do que vai oferecer; saber barganhar todas as trocas, nada deve ser
dado sem obter algo em troca; valorizar tudo que se oferece, para isso, avalie o material;
manter na barganha concessões mútuas, se você me oferece, então eu te ofereço.

Poder de coerção: o poder de coerção é um recurso válido na ação de busca de resultados, desde que usado não como intimidador, mas como um verdadeiro restaurador do equilíbrio na relação produtiva – busca de resultados, exercício da liderança e na negociação. Estando em desvantagem, há disponibilidade de um ou mais componentes que lhe permitam usar o poder de coerção com eficiência, pode virar o jogo a seu favor. O poder de coerção pode ser um recurso extremo que não deve ser usado como obstáculo na ação, mas tão somente como um agilizador. O poder de coerção se caracteriza pelas manifestações por meio dos quais consegue-se reduzir ou reverter um quadro extremamente favorável a qualquer dos envolvidos. Nas negociações que envolvem, por exemplo, sindicatos e empresas, um exemplo típico do poder coercitivo pode ser visto assim…
• uma declaração de greve, por parte dos trabalhadores;
• uma decisão de demitir pessoal, por parte da empresa;
• um boicote as ações da empresa, por parte dos trabalhadores;
• um corte de benefícios, por parte da empresa. No próximo artigo continuaremos a exemplicar os conceito das fontes do poder, lembrando que as informações aqui contidas é do artigo de Francisco Bittencourt. Até a próxima.