Artigo

Sem educação, resta-nos a subordinação!

“Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína… Alguma coisa está fora da ordem, fora da nova ordem mundial…” (Caetano Veloso, “Fora da Ordem”). E veja só que coisa: o Brasil é de fato uma construção que já é ruína. E o Brasil está, de fato, fora da ordem mundial. Sem Educação de qualidade, desperdiçamos cérebros, comprometemos nosso presente e, especialmente, nosso futuro!

Países como Coreia do Sul, Finlândia, Cingapura, Canadá e Japão, que estão no topo da educação mundial, têm pelo menos uma coisa em comum: ser professor nesses países é objeto de desejo. Os jovens se sentem atraídos pela carreira do magistério. No Brasil, eles têm
fugido da carreira. País sem bons professores não tem futuro. Não é à toa que a qualidade de nosso ensino médio está estagnada há mais de 10 anos.

Um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento de um país é a educação. Mesmo se tomarmos os últimos 50 anos como referência, não há casos de desenvolvimento sustentado de países sem um grande investimento em educação.

A recuperação de países que passaram por crises agudas só foi possível com o governo suportando uma forte decisão de mudar a base educacional da população.

Aí me disseram: “é preciso ler o mundo para entender o mundo”! Bonito. Mas, o que é que é isso mesmo?

Eufemismo! Nestes últimos tempos usamos tantos eufemismos para falar das coisas,
Especialmente da Educação, que já não sabemos mais o que estamos falando! Vivemos um momento de autocensura, ou covardia. Tem sido assim: não pode falar tal coisa porque fere os interesses do Governo; não pode falar aquela outra porque fere os interesses das editoras; não pode falar aquilo porque fere os interesses das escolas! E ficamos, portanto, na superficialidade das questões, crendo que estamos “avançando” ou “contribuindo” para a “construção” de uma Educação de qualidade. Não estamos!

O fato é que a Educação de qualidade não interessa aos governos, editoras, escolas, mídia, etc., porque eles se empenham em manter os controles sociais, os nichos de mercado, os privilégios mercantis e as platéias imbecilizadas! Deste modo, imbecilizando o debate,
controla-se a sociedade, subordinam-se os indivíduos. Sendo assim, a Educação
não será prioritária porque, certamente, seria um entrave à subordinação social de que prezam tanto os “donos do poder”!

Parece que estamos apostando em um desenvolvimento nacional sem investimentos sérios e comprometidos em Educação. Para que isso aconteça, um pré-requisito essencial é ter bons
professores. Segundo a revista “Istoé” em artigo sobre Educação e Economia: “… o Brasil ainda está distante de um círculo virtuoso em que a prioridade absoluta para a educação propicie o
desenvolvimento humano e o crescimento econômico sustentável.
Sem duvida quando nos comparamos a nós mesmos, registramos avanços. Mas quando nos Comparamos às demais nações de referência fica claro que a distância que nos separa delas pouco mudou”.

Para que possamos garantir a qualidade da Educação é preciso ser criativo, combater a inércia proposital do sistema, avaliar permanentemente as metas, valorizar os profissionais, estreitar a relação escola-família-sociedade e ainda: desmantelar a farsa daqueles projetos “o fim-de-todos-os-seus-problemas”, pois, o que queremos mesmo é uma Educação transformadora,
atuante, crítica e prática! Chega desses bajuladores pretensiosos, ávidos por aparecer na mídia, utilizando a já amarrotada bandeira da Educação, para se auto-afirmar politicamente.

Sem Educação resta-nos a subordinação!