Artigo

Inovação e Criatividade Como Fatores Motivacionais – XX.

O poder nas organizações. Liderança, quem a exerce?

Finalizamos o artigo XIX falando sobre os três grandes instrumentos de poder citado por Galbraith: 01 – poder condigno; 02 – poder compensatório; 03 – poder condicionado. Vamos agora adentrar o mundo do economista; filósofo e escritor Galbraith, conhecido por suas posições Keynesianas.

No último parágrafo do último artigo informamos que no interior das empresas, também há movimentos de poder conforme as características, os atributos e as competências das pessoas e que Galbraith aponta três grandes instrumentos de poder, todos presentes nas organizações.

1 – Poder condigno: aquele em que a submissão é obtida pela capacidade de impor as preferências de um indivíduo ou do grupo uma alternativa suficientemente desagradável ou dolorosa para levá-lo a abandonar essas preferências. Há, por tanto, em seu cerne, a questão da punição física – desconforto, dor, mutilação, tortura – exercida por certos maridos, pais, professores, policiais, leõesde- chácara, valentões. Este instrumento está relacionado a personalidade como fonte de poder.

2 – Poder compensatório: – o que conquista, conquistar é sutilmente diferente de obter Submissão pelo direito de recompensas – elogios, aumentos salariais, promoções, concessões – . Exemplo: que motivos levam grandes empreiteira a doar grandes quantias de propina a o ex-gerente da Petrobras, senhor Barusco e esse repassava ao PT? O que há de comum entre os poderes condignos e compensatório é que, em ambas, a pessoa está consciente da submissão. Este instrumento está relacionado à propriedade como fonte de poder.

3 – Poder condicionado: exercido por uma intervenção e mudança de uma convicção, de uma crença, nele se inserem a persuasão, a educação, o compromisso social com o que nos parece correto. A família, a escola, a mídia, exercem bem esse poder altamente subjetivo. Nem os que o exercem, nem os que a ele se submetem, necessariamente dele, estão conscientes. De toda forma, há um condicionamento explícito e um explícito. Condicionamento implícito é o ditado pela própria cultura a qual pertencemos. Condicionamento explícito é aquele efetuado, por exemplo, pela publicidade. Este instrumento está relacionado à organização como fonte de poder.

O que aprender com tudo isso? Como diferenciar e tentar traçar o melhor plano para sua carreira? Filosoficamente falando, essas análises servem para ampliarmos a nossa visão com relação ao mundo organizacional e, porque não dizer, pessoal. Aparar os excessos, reconhecer a situação, o clima e a cultura organizacional da empresa, lhe dará um diferencial competitivo, você pode até não querer ou alcançar um cargo de poder e liderança, mas fica sabendo se posicionar no meio desse gigante caleidoscópio. Como numa democracia precisamos ter um pouco de cada coisa, dependendo do contexto é importante agir de maneira condigna, baseandose, como exemplo, temos a frase muito conhecida de Nelson Rodrigues: “Toda unanimidade é burra”. As vezes o poder deve ser exercido, quando o povo não entende a conotação de uma política púbica que é boa para todos, mas que de maneira imediatista, alguns acham que perdem com isso, o governo impõe a lei para persuadir às pessoas a aceitarem. Às vezes temos que agir de maneira compensatória, aliás esse é o instrumento de poder mais usual, mas como tudo na vida, em excesso, exerce uma nociva corrosão no sistema moral e ético, as pessoas usam submissão como via de acesso ao poder, isso destrói o sentimento meritocrático do profissional que às vezes não consegue subir de cargo pelo motivo aparente de trocas compensatórias entre pessoas para conseguirem mais poder ou o enriquecimento ilícito. Por último, devemos ter um pouco do poder condicionado, para mim o mais sensato pelo motivo aparente da razão global, ou seja, de uma busca de consciência generalizada, de querer o bem a todos, o que nos parece correto é o certo para todos e assim vamos vivendo com base na persuasão convicta de crenças éticas e moral.

Toda empresa, quer queira, quer não, é uma organização burocrática. Esse será o tema do nosso próximo artigo, até lá.