Fisgar o leitor
O texto dissertativo é um texto de opinião. Mas o que é opinião? É conceito, uma apreciação positiva ou negativa que o sujeito faz e expressa um juízo pessoal, um valor, um modo de ver determinado fato ou situação. É portanto o modo como julga certos aspectos da realidade analisada. O discurso dissertativo está presente no dia-dia das pessoas. Sempre que opiniões estão sendo debatidas, está- se produzindo tal estrutura discursiva. Resumindo: afirmou? Comprove. Comprovou? Opine.
É necessário dissecar as etapas da arquitetura de um bom texto.
1. Tema e Identidade.
Há uma necessidade de estabelecer uma diferença entre tema e título. O tema é o assunto direciona o desenvolvimento do texto. Longe da intenção de estabelecer regras, vou sugerir alguns pontos suscitados pelo dia-dia, sobretudo quando se pretende que o título seja um diferencial para depor a favor de um texto.
Nos títulos há aqueles que são opacos outros transparentes lembrando que o tema pode ser o mesmo para todos, o título, porém, deveria ser a possibilidade de os alunos se distinguirem uns dos outros. A cada texto um título diferente. É aí a possibilidade que temos de se imprimir ao texto traços próprios da individualidade do autor, como linguagem, postura ideológica, enfim, uma possibilidade própria. O título transparente seriam aqueles que já antecipadamente revelam ao leitor várias informações sobre o que ele vai encontrar na sequência. São títulos compreendidos, antes da leitura textual.
Os títulos opacos promovem um desafio. O autor provoca o leitor e o conduz à leitura do texto para chegar à compreensão do título. O título pode também ser um ponto de relaxamento, mesmo o texto sério. Nele (o título) podemos brincar com palavras e ideias. Se o texto não corresponder ao tema aí fica complicadíssimo. A redação costuma ser desclassificada. Conhecemos com o nome fuga do tema ou tangenciamento. É importante se entender a coerência de um texto a partir de elementos que estão dentro (contextuais) e fora (contextuais) da materialidade linguística. Dizemos também que esses elementos são de natureza cognitiva e social.