Artigo

Cultura é Memória

Baseado nos estudos do semioticista russo Yuri Lotman e no título do presente escrito, nos cabe dizer que a cultura é estabelecida e difundida na sociedade através do tripé cultura, história e comunicação. Lotman diz que somente aquilo que foi traduzido num sistema de signos pode vir a ser patrimônio da memória.

A afirmação acima nos faz entender que cada monumento, música e linguagem fazem parte da cultura e são considerados Guardiões da mémória social em que estamos inseridos, sendo que a própria sociedade define e filtra através dos indivíduos que nela habitam, exercendo seu poder de seleção, ou seja, o que será passado para a próxima geração e o que vai cair no esquecimento. Em razão de uma profunda sintonia cultural ou objetiva, essa mesma sociedade pode ser segmentada e assumir várias formas hierarquicas ou de simbiose do sistema autônomo, ou seja, ela pode seguir de forma linear ou sofrer mutações dependendo da região ou posições sociais.

Estas teorias e afirmações de Lotman contribuíram para a língua portuguesa, mostrando o caráter heterogeneo, reflexo da diversidade cultural da sociedade. De tal modo, que a presença do latim, do tupi guarani, dialetos africanos, Portugueses lusitanos compõem a esssência do idioma oficial no Brasil.

Diante do exposto, é possível afirmar que a cultura é a grande garantidora da memória, pois, com a dinâmica social, bem como, a necessidade de conservação e codificação das informações, fomenta-se uma memória coletiva vida. Nessa diapasão, segundo Ernesto Ché Guevara: “Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”.