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Doenças infecto-contagiosas

Doenças infecto-contagiosas são aquelas causadas por bactérias, fungos, vírus, ricketsias ou protozoários. Elas podem ser transmitidas de homem a homem como a tuberculose; através de vetores como a dengue ou animais (boi e porco) como a amebíase. As patologias provocadas por viroses não têm tratamentos específicos, daí na dengue, na zika ou chikungunya, o tratamento é voltado para os sintomas como febre, dor, vômitos etc.

Contudo, houve uma época em que até as enfermidades por bactérias não possuíam tratamento específico e as pessoas iam ao óbito devido à inexistência dos antibióticos. Somente, na década de trinta, as sulfas foram sintetizadas por Domeck, salvando milhares de vida e até hoje elas são empregadas. Convém informar que antibióticos são produzidos através de um ser vivo como a penicilina obtida de um fungo. As sulfas são sintetizadas de produtos químicos, não havendo a interferência na sua síntese de um ser vivo. Após a Segunda Guerra Mundial, as penicilinas, graças aos trabalhos de Fleming, Florey e Chain e aos grandes laboratórios, foram produzidas em larga escala. Aqueles cientistas receberam o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia por seu importante trabalho.

Em 1 948, Waksman e colaboradores sintetizaram a estreptomicina, primeiro antibiótico usado no tratamento da tuberculose. Numa noite, há três meses, assistia a um documentário sobre peste bubônica que dizimou um terço da população da Europa na Idade Média e pensava no sofrimento que aquela calamidade trouxe àquelas populações. Naquela época, não se teve o tirocínio de se desconfiar de que os ratos e as pulgas serviam como vetores na transmissibilidade da doença. Bastava eliminar os ratos ou diminuir sua infestação para diminuir e até interromper o ciclo da transmissão da Yersinia pestis, bactéria causadora da peste. No início do século XX, Oswaldo Cruz enfrentou a bubônica, usando o soro antipestoso e exterminando os ratos. Houve até venda daquele roedor comprado pelo governo. Cruz, com carta branca concedida pelo Presidente Rodrigues Alves para sanear o Rio de Janeiro, que causava receio aos visitantes, atacou a varíola com a vacinação em massa, embora tendo a repulsa de alguns políticos da oposição e até uma revolta. Por fim, o grande sanitarista combateu a febre amarela com inseticidas, recebendo a alcunha de mata-mosquito por seus desafetos. O esforço, porém, valeu a pena e a capital do País foi saneada.

A descoberta dos antibióticos foi uma revolução na medicina. Na era pré-antibiótica, os pacientes sofriam com o desenrolar das doenças e tudo ficava a depender do sistema imunológico de cada um.

Algum dia, igualmente, se sintetizarão, com a permissão de Deus, os viricidas.