Artigo

O Brasil e o voto

Tem sido difícil viver no século vinte e um. O mundo está tornando-se incrivelmente volátil. Apesar dos avanços sem precedentes na tecnologia, ciência e educação, nossa sociedade vai tornando-se mais frágil a cada ano que passa. Os alicerces institucionais, culturais e morais sobre os quais viemos a apoiar-nos estão decaindo rapidamente, e pressões dentro e fora do lar muitas vezes nos oprimem. Você parece está lutando contra forças que estão fora do seu controle? Seu dia a dia é como uma roda-viva girando mais rápido que você? Se a resposta é sim, como mui- tas pessoas hoje, você está vivendo a sua própria vida, passando de crise a crise sem diminuir o ritmo.

Até que em determinado momento da vida, somos estimulados a fazer escolhas, tanto como pessoa como cidadão. Dessa forma, o país se alegra com a participação política, que inclui também a disputa eleitoral em vista do exercício de um mandato. É bom lembrar que a campanha eleitoral deve ter um tom positivo. Já é hora de acabar com a troca de acusações entre os candidatos. Às vezes recorrendo à calúnia, difamação e à mentira. O candidato que só sabe acusar talvez tenha uma fraca proposta pessoal ou partidária para apresentar. A compra de votos, a troca de favores, o abuso do poder econômico são práticas ilícitas que corroem e contaminam o processo eleitoral.

É preciso quebrar o círculo vicioso de candidato corrompendo eleitor e eleitor corrompendo candidato. O próprio candidato ajude o eleitor a conhecer as funções e competências das diversas instâncias do poder, e não prometa aquilo que está fora de seu alcance. O eleitorado não pode ser enganado com promessas falsas. Como diz o ex-senador Pedro Simon que é possível conseguir a governabilidade sem ceder à troca de favores. E é necessário que o gestor público precisa desde cedo, mostrar a sua postura diante do Congresso. É de fundamental importância que os eleitores conheçam os candidatos, seu passado, seus compromissos, suas propostas, quem os apoia, quem financia sua campanha, bem como os partidos políticos e seus programas.

O voto deve ser consciente e responsável. O povo não pode se deixar levar simples- mente pelos resultados das pesquisas de opinião, nem pela aparência do candidato, nem se iludir com promessas, nem pela onda da maioria. Busque formar a sua própria opinião e votar naquele que julga ser digno do seu voto. O eleitor consciente não pode se omitir. É convocado a sair da atitude de indiferença, passividade e descrença diante das eleições. Não devemos votar em branco ou anular o voto. Dessa forma, acaba-se até beneficiando alguém que não merecia receber o voto. Isso também contribui para manter as coisas como estão. Não podemos abrir mão do direito de votar. A fi m de co- laborar para a transformação da sociedade.