Grandes descobertas na medicina – primeira parte. Vacinação e soroterapia.

Até o século XVIII, a Humanidade vivia às voltas com a varíola que quando grassava numa comunidade causava uma alta letalidade. Edward Jenner, um médico inglês que trabalhava no meio rural, notando que as ordenhadoras de vacas apresentavam feridas nas mãos, teve a intuição de entender que elas tinham uma espécie branda de varíola transmitida pelas vacas. A seguir, ele escarificou o braço de um adolescente e introduziu na escarificação a secreção obtida das mãos das ordenhadoras. O jovem não adoeceu. Estava descoberta a vacinação, prática até hoje realizada pelos programas de saúde. Hoje, o vírus é atenuado, isto é, é capaz de produzir anticorpos na pessoa, mas não é capaz de adoecê-la. Quanto à varíola, com as vacinações em massa, foi erradicada do planeta, evitando que milhares de pessoas sofram de uma doença que quando não levava ao óbito deixava sua marca no corpo das pessoas.

Soroterapia
Toda vez que alguém é acometido de uma doença infecto-contagiosa, vai haver uma resposta do organismo infectado, produzindo anticorpos com o objetivo de expulsar o agente invasor – um vírus, uma bactéria etc. A depender da resposta imunológica do paciente, este se recuperará ou irá ao óbito. Imagine uma picada de serpente venenosa. O organismo não terá tempo na produção de anticorpos e a depender da quantidade de veneno injetada, da espécie do animal peçonhento etc. o paciente poderá morrer ou não. O Dr. Vital Brasil Mineiro da Campanha fez o seguinte: Injetava pequenas quantidades de veneno de cobra em cavalos e ia aumentando as doses e, por fim, coletava o sangue dos cavalos rico em anticorpos para o veneno das serpentes. O sangue, rico em anticorpos, era filtrado e passado por outros processos até ser acondicionado em ampolas. Uma pessoa picada por jararaca receberia o soro antibotrópico; outra, por uma cascavel receberia o soro anticrotálico.

Qual a diferença entre vacinação e soroterapia?

Na vacinação, o organismo ainda vai produzir anticorpos e na soroterapia, os anticorpos já estão prontos. Uma pessoa tem um ferimento. Para evitar o tétano, ministrá-lhe inicialmente o soro antitetânico (que já está pronto) e a seguir, a vacina antitetânica que será aplicada em três doses, perfazendo um tempo de 90 dias.

A anestesia
A descoberta do primeiro anestésico realmente eficaz surgiu de um fato inusitado. Uma pessoa, que momentos antes inalara éter, deu uma “canelada” numa cadeira e, para sua surpresa não sentiu dor. Os profissionais de saúde a empregar o éter como anestésico pela primeira vez foram o médico Crawford Long e o dentista William Morton. Até os nossos dias, os anestésicos evoluíram, outros foram descobertos.