Artigo

Grandes descobertas na medicina – segunda parte.

O médico escocês que residia em Londres, saindo de férias, guardou no seu consultório algumas placas de Petri semeadas com bactérias. Ao retornar das férias, Fleming teve uma surpresa: as placas semeadas com bactérias tiveram seu crescimento contido por um halo que depois soube ser fungos do gênero Penicillium notatum. Fleming raciocinou que os fungos deveriam produzir uma substância que impediria o crescimento das bactérias. Esta substância veio a se chamar penicilina. Estava descoberto um dos medicamentos que viria abrir um novo horizonte para a medicina e para a Humanidade. Entretanto, só após a Segunda Guerra Mundial o primeiro antibiótico passou a ser comercializado graças aos investimentos da indústria farmacêutica norte-americana. Os trabalhos de Florey e Chain devem ser lembrados, pois eles retomando as pesquisas de Fleming, fizeram jus igualmente com este ao prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia. Depois de Fleming, vários pesquisadores sintetizaram outras famílias de antibióticos, descortinando um novo mundo na cura das doenças infecto- contagiosas.

<Strong>A radiografia.</Strong>
Em l 895, Wilhelm Conrad Röentgen, estudando a ampola de Crookes, pôs entre o dispositivo e o filme a ser impressionado corpos opacos e, para sua surpresa, notou que estes apareciam no filme. Numa nova experiência, solicitou à sua esposa que, no lugar dos corpos opacos, pusesse a mão dela. Apareceram no filme os ossos da mão de sua esposa. Röentgen deu a essa descoberta o nome de radiografia e ele acabara de proporcionar à medicina um meio valioso de diagnóstico. Antes de um mês depois, os raios X, como também é chamada a radiografia, já estavam sendo empregados na medicina. Embora seus amigos o aconselhassem a dar seu nome à nova descoberta, Röentgen preferiu manter o nome dos raios desconhecidos. O novo método de diagnóstico, espalhando-se pelo mundo, chegou ao Brasil e Manuel de Abreu, um médico especialista no tratamento da tuberculose, idealizou um método – a abreugrafia. A abreugrafia foi durante muitos anos utilizada no diagnóstico da tuberculose e só caindo em desuso com o advento do exame de escarro, usando a técnica de Ziel Nielsen. Hoje, os raios X, mais de um século depois de sua descoberta, continuam sendo usados, principalmente em ortopedia.

<Strong>Os neurolépticos.</Strong>
Imagine um paciente numa crise de esquizofrenia, atacando outras pessoas e não havendo nenhum medicamento para contê-lo além da camisa de força! Na era antes dos neurolépticos, os pacientes psiquiátricos gemiam, gritavam até ser contidos pela força. Essa situação teve um fim em l 950 quando Charpentier sintetizou o cloridrato de cloropromazina que logo começou a ser usado em psiquiatra. Oito anos depois, em l 958, Janssen sintetizou o haloperidol vindo melhorar o arsenal terapêutico no tratamento da esquizofrenia.