Artigo

Presente de Deus?

Não há noticias de que Jesus Cristo histórico, que é o verdadeiro, tenha atribuído aos bens materiais próprios ou de terceiros, a expressão “presente de Deus¨. Conhecedor da vontade do Pai, com relação à evolução espiritual dos seus filhos, Jesus nunca se preocupou em adquiri-los e ostentá-los, muito menos proferiu uma classificação equivocada desta.

Filho de um carpinteiro e nascido numa manjedoura, Jesus também nunca pensou na sua ascensão na escala social, no período em que viveu aqui na terra. Sua única finalidade era pregar a mensagem divina, não tendo construído templos pomposos, nem feito destes o ¨ponto chave ¨ para a exploração da fé alheia, nem o ¨carro forte¨ para o carregamento de dinheiro, dos fiéis que Lhe seguiam.

A única coisa que Deus quer do espirito humano, como viveu Jesus, é que ele ame ao próximo como a si mesmo, para atingir a um grau de espiritualidade cada vez maior, até galgar a condição de espirito puro. A esta meta não se chega pela conquista dos bens terrenos, nem Deus nos daria tais presentes, já que a propriedade e os títulos honoríficos nada valem, no mundo espiritual para onde iremos retornar. Na sociedade hodierna, vemos passar muitos veículos, sendo alguns com os dizeres: “presente de Deus” e/ ou “quando Deus quer é assim”. Tal assertiva, não deixa de ser uma manifestação de fé, embora tão equivocada que pode configurar uma forma de ingratidão, quanto àqueles que os têm, mas não fazem tal declaração, como também que Deus faz acepção de pessoas, dando muito a poucos e negando tudo a uma grande maioria que não os possui.

A aquisição desse ou daquele objeto material, portanto, passa pela questão do interesse pessoal, do poder e, inevitavelmente, pela natureza típica contida na conquista dessa possibilidade. A pessoa pode comprar de maneira honesta ou desonesta uma coisa, mas esta escolha, será pessoalmente dela, sempre com base nos valores que elegeu.