Artigo

Peste Bubônica

Há um mês assistia a um documentário sobre a ilha de Madagascar, no oceano Índico, quando fiquei sabendo que a peste ainda era endêmica naquela ilha. Pensava que com o advento dos antibióticos a doença já estivesse sido controlada no mundo. Entretanto, essa patologia tem muito a ver com pobreza, baixos investimentos em saneamento básico, analfabetismo etc.

Pelos livros de História, sabe-se que a primeira grande epidemia ocorreu no Egito no ano de 542 d.C. e que no século XIV a Europa foi tomada pela Peste que vitimou um quarto de sua população. Aqui, no Brasil, a doença ocorreu em algumas regiões, mas com o surgimento dos antibióticos ela está sob controle do mesmo modo que a Febre Amarela está sob controle com a vacinação.

É causada por uma bactéria(Yersínia pestis, antes Pasteurella pestis) que infecta tanto ratos selvagens quanto os domésticos além dos humanos. A pulga, se alimentando do sangue do roedor doente se infecta, que, picando o Homem transmite-lhe a doença. No local próximo à picada surge o enfartamento ganglionar –os bubões- nas axilas, nas virilhas e no pescoço. Em alguns casos, os pulmões dos doentes podem ser atacados – peste pulmonar -, causando-lhe uma pneumonia. Nessa condição, durante os acessos de tosse outras pessoas podem ser infectadas.

O início pode ser abrupto, denunciando o caráter virulento do agravo. A febre, como uma resposta à invasão das bactérias, é alta entre 39 C a 40C. O coração bate mais velozmente, há mal-estar. O paciente fica prostrado, pálido e é comum ocorrer o delírio nos picos febris. Sem tratamento, a mortalidade pode chegar a 90 por cento. Na forma pulmonar, além da febre alta, surgem a dor no peito, falta de ar, tosse e expectoração e o paciente raramente sobrevive sem tratamento.

O tratamento feito com antibióticos específicos deve ser iniciado logo após o diagnóstico. A hidratação é importante para recuperar a perda de água e eletrolíticos. A febre será controlada por antitérmicos e resfriamento. Saneamento básico, eliminação dos roedores e de pulgas são condições para evitar o surgimento de epidemias.