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Febre Amarela

Há alguns meses, se noticia o reaparecimento de casos de febre amarela, inclusive com óbitos. Fazia anos que essa enfermidade não aparecia no meio urbano, pois os últimos casos ocorreram em 1942. Desde o início do século XX, quando Oswaldo Cruz era o responsável pela saúde pública no Rio de Janeiro, a febre amarela tem preocupado as autoridades sanitárias. É causada por vírus, cujo transmissor no meio urbano é o Aedes aegypti e pelo hemagogus, no meio silvestre.

A doença, via de regra, é branda, sendo a febre e a dor de cabeça os únicos sintomas. Entretanto, a depender do sistema imunológico de cada pessoa, ela pode ser grave e levar ao óbito. A morte de macacos numa determinada região é um indicativo de que se deve investigar para se apurar se a febre amarela não se instalou naquela região.

Nos casos graves, além da febre e cefaléia, há a prostração e desidratação. A face está congestionada, os olhos injetados, apresentando-se doloridos à luz. Na fase inicial da doença não há icterícia ou seja pele amarelada bem como os olhos. Numa fase posterior, o fígado é acometido, traduzindo- se pela icterícia. A temperatura pode chegar a 40C, o pulso está rápido, revelando a demanda do coração por oxigênio. Aparecem as náuseas e os vômitos o que agravam a desidratação. A febre começa a baixar trazendo lassidão, substituindo o período de inquietação. As hemorragias aparecem com as gengivas sangrando bem como o nariz. Os sangramentos do estômago, dos intestinos assim como do útero, nos casos graves, são maciços. Mesmo nos casos brandos pode ocorrer dilatação cardíaca e a pressão arterial baixar. Os vômitos ocorrem muitas vezes misturados ao sangue, dando uma coloração enegrecida. Quando se instala a ausência de micção é o sinal da insuficiência renal aguda. Na convalescença, a perda de albumina pela urina deixa de existir, a febre baixa lentamente, cessam os vômitos e lentamente o organismo retorna ao normal.

O diagnóstico epidemiológico é dado pela observação de macacos mortos na região e o aparecimento dos primeiros pacientes. O diagnóstico de certeza é realizado pelo laboratório.

Como é uma doença viral não há tratamento específico. O paciente deve permanecer no leito, sendo hidratado por via oral se não houver vômitos; e por via parenteral caso estes ocorram. Devem-se usar medicamentos para as dores, inclusive a cefaléia e a febre. Alimentar-se com frutas, principalmente, as ricas em água como melancia e melão. Se houver rejeição ao ingerir alimentos não insistir. Com a convalescença e o retorno do apetite, voltar a uma dieta líquida a pastosa. Manter o paciente protegido por mosquiteiro a fim de que os mosquitos não se infectem e aumente a doença na região. Numa área que esteja aparecendo casos de febre amarela, imediatamente iniciar a vacinação para bloquear a transmissão dela. Devese vacinar também pessoas que estão se dirigindo para áreas endêmicas dez dias antes da viagem. Isso é para que o corpo, em contato com o vírus atenuado, produza anticorpos. Simultaneamente à vacinação, proceder a medidas de se combater o A. aegypti, destruindo seus criadouros.