Artigo

Papai Noel do século XXI

Fomos crianças e, com tais, uma vez por ano, esperávamos a vinda de Papai Noel. Naquela época, ele era um velhinho de barba e cabelos grisalhos compridos, vestido de roupa e gorro vermelho sobre a cabeça. Na noite de Natal, viajava pelo mundo inteiro, distribuindo presentes para todas as crianças, graças à resistência de suas renas, que o levavam sobre o seu trenó, puxando-o incansavelmente.

Não nos preocupávamos se ele tinha condições financeira para comprar tantos presentes e atender a todos os pedidos, nem disposição física e tempo, para, nas poucas horas daquela noite maravilhosa, distribuir todos eles, para todas as crianças, em todas as partes do mundo. Certamente tínhamos a intuição de que Papai Noel era o home m mais rico, mais bondoso e magico deste planeta, pela maneira com que achávamos fácil o cumprimento da sua missão.

Não sabíamos também que, por trás daquela imagem, havia um homem comum antigamente um pai), tão vulnerável quanto qualquer ser humano, que se esforçava para comprar um ou mais presentes (a depender da quantidade de filhos), ficando o resto da fantasia por conta das estórias que cercam o nosso ilustre personagem.

Por trás daquela imagem, a figura do Papai Noel vem mudando ultimamente. Fatores socioeconômicos e culturais têm lhe dado causa. Dentre eles, o alto índice de desemprego e o número exagerado de gravidez precoce das jovens mães solteiras, acabaram determinando uma outra realidade, ou seja, a dos avós que assumem as crianças, dando-lhe tudo o que podem, inclusive o presente de Natal. Daí surgirem os novos Papai Noel do Século XXI.

A festa de Natal, no entanto, deve continuar iluminada e cheia de magia, para que as crianças não percam a única fase na qual se pode e se deve sonhar, não importando a realidade dos adultos, por mais difícil que seja.