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Tuberculose

         Tuberculose, doença que acompanha a humanidade desde tempos imemoriais e causadora de elevada mortalidade durante a época pré-antibiótica, ainda hoje é motivo de preocupação para as autoridades sanitárias. Seu agente etiológico é o Micobacterium tuberculosis, uma bactéria que ataca vários órgãos, comprometendo geralmente os pulmões. Nestes, o micróbio se desenvolve e provoca cavidades, interferindo no funcionamento do órgão.

           Quando uma pessoa entra em contato com o bacilo de Koch pode ocorrer ela adoecer ou não. No primeiro caso ter-se-á a tuberculose-doença e no segundo, a pessoa terá uma tuberculose-infecção. Graças à resposta do sistema imunológico somente alguns adoecem.

            Tosse, febre, expectoração muco-purulenta, escarro com sangue, inapetência, emagrecimento e desânimo compõem a sintomatologia da doença. Convém lembrar que nem todo escarro sanguinolento é característico da patologia. Manoel de Abreu, eminente médico brasileiro, idealizou um método do raios X do tórax, possibilitando exames em larga escala das populações.

              Coube a Robert Koch, examinando uma amostra de escarro ao microscópio, isolar o micobacterium tuberculosis. Outro avanço foi a descoberta da técnica de Diehl Nielsen, exame direto do escarro empregando corantes. Este método se vulgarizaria, abandonando-se a abreugrafia. Em 1 947, Selman Waksman sintetizaria a Estreptomicina, o primeiro antibiótico a demonstrar eficácia no tratamento da tuberculose. Em 1 953, Waksman receberia o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina.

                 Na era pre´-antibiótica, os pacientes buscavam hospitais a fim de se submeterem ao pneumotórax ou a um procedimento cirúrgico no gradil costal. Thomas Mann e Dinah Silveira de Queiroz nos seus livros A Montanha Mágica e Floradas na Serra, respectivamente, expõem as dificuldades encontradas pelos tuberculosos naqueles tempos difíceis. Hoje, o tratamento é feito com o uso de três antibióticos durante seis meses. Entretanto, alguns pacientes abandonam o tratamento. No futuro, os tuberculostáticos serão injetáveis e de depósito, permanecendo no organismo por várias semanas, diminuindo os casos de abandono.

           Todo paciente que apresente tosse há mais de duas semanas deve ser   encaminhado para o exame de escarro e, se o resultado for positivo, proceder também o exame de escarro nas pessoas que partilham a mesma habitação com ele.