Artigo

Tirando o chapéu

Nunca mais assistimos aoprograma intitulado¨Pra Quem Você Tira o Chapéu¨. O programa coloca o participante diante de um telãocheio de janelas. Ao abri-las,ele vai se deparando com fotos de várias pessoas, para as quais tem que   dizer se ¨tira ou não o chapéu¨,o que significase gosta ou não da pessoa sorteada, mas para isto, tem que justificar o porquê da sua decisão.

Colocando-nos como se participante fossemos, dizemos que, a principio, gostamos de todo o mundo, embora não nos sentimos obrigados a nos dar com todas as pessoas. Referimo-nos ao mundo das afinidades, aquele que todos nós temos. Não adianta fingir, tentando dizer que somos bonzinhos. A verdadeira família é constituída pela identidade de caráter e de gosto.

              Não queremos com isso privilegiar a intolerância. Quando não há afinidades, mesmo entre as pessoas que deveriam se relacionar, tem de haver, no mínimo, respeito às diferenças. Respeitar as diferenças é não insistir querendo que a sua prevaleça. Quando isto acontece é melhor nos afastar, até que uma das duas pessoas se nivele, corrigindo a desigualdade no seu patamar evolutivo.

Fomos criados simples e ignorantes, mas através do livre arbítrio, tornamo-nos seres diferentes. Cada ser humano passou a terum maior ou menor potencial ofensivo,conquistado por vontadeprópria, fazendo da humanidade essa escalaconturbada de valores. Massempre haverá aqueles que vivem às margens dos costumes razoavelmente tolerável, para os quais não se pode em hipótese alguma tirar o chapéu.

      A nossa distancia deve ter aquele significado. Cuidemos de ser o que somos e viver como pensamos, sabendo que temos arestas a aparar. Mas como todas as pessoas, possuímos o direito de caminhar a passos de tartaruga, na conquista desse fanal, embora tenhamos a certeza deque se afizermos com a velocidade de avião, seremos nós mesmos os primeiros beneficiados.