Marcados pela insatisfação
Tem sido difícil viver no século XXI. O mundo está tornando-se incrivelmente volátil. Apesar dos avanços sem precedentes na tecnologia, ciência e educação, nossa sociedade vai tornando-se mais frágil a cada ano que passa. Os alicerces institucionais, culturais e morais sobre os quais viemos a apoiar-nos estão decaindo rapidamente, e pressões dentro e fora do lar muitas vezes nos oprimem.
Nesses tempos sombrios o contato com a vida se banaliza não raro, fotografar e postar nas redes sociais a imagem de uma paisagem parece mais urgente que simplesmente apreciar a beleza do lugar e conectar-se com o que essa vivência inspira. Tentamos ser onipresentes. O tempo todo acompanhamos notícias e veiculamos mensagens, imagens e vídeos. E isso só evidencia a impossibilidade de dar conta de tudo o tempo todo: inevitavelmente, algo escapa. E aí vem a ansiedade, parece que estamos sempre perdendo alguma coisa, não temos sequer clareza do que seja.
Você querido leitor está lutando contra forças que parecem estar fora de seu controle? Seu dia a dia é como uma roda-viva girando mais rápido do que você? Se a resposta é sim, como muitas pessoas hoje, você está vivendo sua própria vida, passando de crise a crise sem diminuir o ritmo.
Numa sociedade marcadamente voltada para o consumo, na qual vale mais o ter do que o ser, as pessoas adquirem status de coisa e, nesse processo de reificação passam a ser tratadas e a ver a si mesmas como “produtos” que, para serem escolhidos, merecedores de um lugar, precisam ser perfeitos, seja no trabalho, nos grupos em geral e até nas relações amorosas.
Nossa sociedade se fartou com o doce sabor do sucesso. Nós enchemos o nosso prato em um bufê de livros cujos assuntos variam desde “como se vestir para o sucesso” até como investir para obter sucesso. Desse consumismo não só alteram a percepção de si mesmo e do exterior, e também criam um mundo de espelhos e imagens insubstanciais, de ilusão.
Depois de devorarmos essas coisas, direcionamos nosso apetite para cursos dispendiosos voltados para o sucesso. Devoramos pilhas de cadernos, mensagens em áudio, em nossa fome por um sucesso maior.
A ironia disso tudo é que nunca há sucesso suficiente na vida de alguém ao ponto de este se sentir completamente satisfeito. Em vez de satisfação, experimentamos a sensação envaidecida de estar cheio de nós mesmos: nossos sonhos, nossos objetivos, nossos planos, nossos projetos, nossas conquistas. O resultado desse apetite insaciável não é contentamento. É náusea. Que insatisfação terrível!
As campanhas publicitárias que saem na mídia prometem muito mais do que podem cumprir, Suas mensagens atraentes se dividem em: fortuna, fama, poder e prazer.
A fortuna afirma que, para você ter sucesso você precisa ganhar muito dinheiro. Não há nada de errado com o dinheiro ganhado honestamente. E com certeza, não há nada de errado em investir, dar ou até mesmo gastar dinheiro se a motivação for correta e o coração for puro. Estou para ver alguém que encontrou a felicidade apenas juntando dinheiro.
A fama diz que para ter sucesso, você precisa ser conhecida na vida pública, a fama iguala popularidade à importância.
O poder diz que, para ter sucesso, você precisa ter muita autoridade, impressionar, estar no controle.
O prazer indica que, para ter sucesso você precisa fazer o que é gostoso. Essa filosofia opera no princípio se isso faz você se sentir bem, faça. É apenas uma visão moderna da antiga filosofia epicurista coma, beba e seja feliz, porque amanhã morreremos.
Fortuna. Fama. Poder. Prazer. As mensagens nos bombardeiam por todas as direções. Porém, o que está faltando em tudo isso? Pare faça a si mesmo essa pergunta. Não há algo muito importante faltando aqui? Sim; uma dimensão vertical. A nossa grande necessidade é de mudança.
Primeiro precisamos de direção.
Segundo de disciplina.
Terceiro de discernimento.
Somente o sucesso direcionado por Deus oferece a fórmula que traz contentamento, realização, satisfação e alívio, porque o sucesso de Deus nunca é forjado e nunca é forçado.