Artigo

Vista parcial da cidade!

Chovia torrencialmente, ruas como sempre se alagando, sujeiras desciam pelos bueiros já meio entupidos com suas canalizações desproporcionais as correntes eventuais pluviométricas, passeios ou calçadas ocupadas pelos inúmeros camelôs, que se protegendo nas marquises, deixavam os pobres transeuntes enfrentando o aguaceiro com seus pés singrando nas águas acumuladas.

Esse é o retrato vexatório da nossa querida Itabuna que, sofrendo as agruras do inferno através de antigas administrações, corre o risco de continuar nessa situação atípica sem a proteção e guarda das autoridades, nos mostrando diariamente um retrato nada digno de uma das cidades maiores, outrora também mais rica, do Estado da Bahia!

Quero deixar bem claro e evidente que não sou contra o comércio informal, temos de reconhecer ser um modo de ganhar as sustentações de suas vidas familiares, condições de educarem seus filhos, cuidarem da saúde e outras necessidades. Mas, não justifica a maneira acintosa e prepotente de, desordenadamente, fazer da cidade uma verdadeira feira imunda, barulhenta e prejudicial aos comerciantes que, sem poder tomar maiores providências, são obrigados a admitir ou ceder as suas portas de entradas de clientes, para abrigar uma concorrência absurda e desleal, já que trabalham muitas vezes com artigos similares, sem que tenham taxações, alvarás, imposto de renda, alugueres, etc., e, curiosamente, cada dia que passa, pelo descaso absurdo da secretaria competente, diariamente cresce essa exagerada feira de largo, com a agregação de carros, vans, tabuleiros, mesas com sombrinhas, bancos, vitrines, barracas etc.

É claro e mais que evidente, que todos da câmara, prefeito e secretário que o assunto compete, ficam calados pisando em ovos, com a preocupação de não desagradar essa classe de trabalhadores, pois, seguramente, representa uma gama substancial de votos que dará sustentação as suas eleições futuras. Mas, e o povo em geral? Os comerciantes prejudicados? Os pedestres desrespeitados? A clientela dos municípios vizinhos que representa uma boa fatia de compras em nossa cidade? Será que essas pessoas não votam? Será que não podem ter os seus direitos de cidadãos em sua comunidade?

Deixo todas essas perguntas no ar, mais uma vez chamando a atenção da Associação Comercial de Itabuna, Câmara de Dirigentes Lojistas, Grupo de Ação Comunitária, juntamente com todos os outros clubes de serviços, para que se dignifiquem providenciar soluções plausíveis, eficazes, atendendo as partes, principalmente, sem ferir os direitos de lei que cada um tenha perante a justiça!

Será que esse triste postal da vista parcial da cidade, tem condições de fazer que nos orgulhemos da nossa querida Itabuna?