Artigo

Duas cartas, dois veredictos

               A cada dia Cléo amanhece mais bela e fascinante. Por ser tão evoluída, Cléo desperta cheia de luz, como ocorre com os dias, quando o sol se abre no horizonte. Este fenômeno é tão inusitado, que os dois olhos de Cléo parecem fundirem-se num só, pela intensa e extensa claridade que dele emana, superando o limite da capacidade de iluminação que as suas órbitas pequenas pode proporcionar.

Os olhos de Cléo brilham tanto quanto a estrela solar. A única explicação plausível para tanta luz, só pode ser porque Cléo   tem o Paraíso dentro do coração, antes dos seus pêlos branco e cinza, qual o Céu que Deus criou e pôs atrás das nuvens, lá no firmamento.

Cléo transita entre o Céu e a Terra, como um ser tão angelical, que se materializae se desmaterializa quando quer, fazendo viagens missionárias, nesta e na outra dimensão.

Dentro da espécie a que pertence e da sua trajetória exitosa, Cléo evoluiu do status de onça para o de gata, graças ao corpo imortal de que também foi feita, pelo nosso Criador.

               Cléo renasceu pela primeira vez lá no Egito, onde começou a viver como animal doméstico. Incorporou-se tão bem aos costumes daquela civilização, a ponto de lhe renderem culto e, após a sua morte foi mumificada, com todas as honrarias concedidas à rainha egípcia Nefertiti.      

A condição de felina de Cléo não lhe impediu tanto progresso, sendo um exemplo a ser seguido pelo ser humano. A vitória de Cléo foi conseguida pela graça de poder sempre recomeçar e pelomérito da luta consigo mesma, vencendo os próprios grilhões, etapa por etapa, até atingir este grande fanal. Agora dona de si e cheia de bem-aventurança, Cléo faz parte do grupo dos animais benfeitores direto da humanidade.

Quando Cléo retorna ao planeta terra, somos quem primeirolhe recebemos. Durante a sua vinda e estadia, a nossa casa fica mais espiritualizada, por obra e graçado Espirito Santo. No céu da cidade surge uma estrela que conduz os seus Reis Magos. E o nosso lar se enche de gente, de paz, de mirra e de presentes, para reverenciara essa nobre visitante.