Artigo

Grandes Mestres da Medicina Brasileira Oswaldo Cruz

          Osvaldo Cruz, logo após se graduar em medicina, foi fazer em Paris, no Instituto Pasteur, um curso sobre microbiologia. De volta ao Brasil, integrou-se ao serviço de Saúde Pública.

         Nos primeiros anos do século XX, a peste bubônica, a malária e a varíola grassavam no Rio de Janeiro. O presidente Rodrigues Alves resolveu convidar Osvaldo Cruz dando-lhea incumbência do saneamento da capital do país.

        Na peste bubônica estabelece-se o ciclo: o rato doente é picado pela pulga que transfere a bactéria ao homem no ato de sugar-lhe o sangue. Eliminando-se o rato, quebra-se o ciclo. A pulga era combatida pelos pesticidas e no enfermo aplicava o soro antipestoso. Na prática havia dificuldades. As pessoas reagiam ao trabalho dos agentes de saúde, dificultando a higienização das casas. Os ratos capturados eram comprados pelo Estado e, logo a população de roedores declinou.

          A malária foi controlada eliminando-se os mosquitos através de inseticidas desde quando àquela época não havia vacinação para aquela endemia.

         As maiores dificuldades surgiram quando a vacinação antivariólica, descoberta pelo médico inglês Edward Jenner, foi implementada. A vacinação era obrigatória e a população se revoltou e foi para as ruas protestar. A maior parte da imprensa era contrária à vacinação e alguns políticos da oposição aproveitaram a oportunidade para atacar o governo. Na opinião daqueles políticos, o ato de as mulheres desnudarem o braço durante a imunização contrariava a moral e aos bons costumes. Para piorar a situação, no dia 14 de novembro de 1904, os alunos da Escola Militar da Praia Vermelha se amotinaram. Rodrigues Alves reagiu, suspendendo o decreto da obrigatoriedade da vacinação e os revoltosos presos, julgados e alguns deles enviados para o estado do Acre. Quatro anos depois, quando ocorreu outra epidemia de varíola, as pessoas pacificamente procuravam os postos de saúde para se vacinar. Hoje, a varíola, que quando não matava, deixava marcas pelo corpo, inclusive na face, foi erradicada da Terra.

          Osvaldo Cruz, já doente, retirou-se para Petrópolis onde viria a falecer aos 47 anos de idade.