Artigo

Ladra

Morte, és ladra!
Da presença dos amados,
Ladra das palavras,
Engolidas por tua titânica força,
Que me assusta,
Que me confina.


Ladra da compreensão,
Tantas lágrimas roubadas do meu coração.
Que desolação!


És gelada como o inverno,
Afiada como um punhal
Que sangra o dia-a-dia
De muitos que feriste
Com a ausência dos amados.


Trépida fico…
Quando penso,
Quando sinto
A tua dolorosa presença.


Enigmática, insidiosa morte!
Já roubaste alguns meus,
Já roubaste alegrias minhas,
Já roubaste sonhos meus.
És ladra!
És falsa!
És egoísta!
Funesta, trevas!

Roubas alguns de muitos
Amores, sabores de outros
Mas não roubas a saudade,
Lembranças…e o amor
Que mansamente aplacam minh´alma.
Aí, és derrotada!