Entrevista com o novo secretário de esportes, Alcântara Pelegrine
Qual
o orçamento da Secretaria de Esportes?
O
orçamento que nos foi passado é de R$ 800 mil para o ano de 2009.
Uma boa parte dele já está comprometido. Pegamos o orçamento
praticamente engessado. Foi um orçamento aprovado no governo
passado.
Para
quais áreas o orçamento será direcionado especificamente? Quais
eventos?
Ele
está atingindo mais a área de reformas dos equipamentos porque há
um projeto do antigo governo sobre a reforma da Vila Olímpica que
ficou inacabada. Grande parte desse orçamento será direcionado para
essa obra e para as reformas de outros instrumentos de desportos
espalhados pela cidade.
Quais
serão os outros objetivos e metas na secretaria?
O
nosso objetivo é estruturar a parte que ficou danificada na parte
esportiva. Vamos tentar reconstruir, reformar e fazer a manutenção
de algumas áreas que ficaram bem danificadas. E formular um
calendário fixo, para as atividades de esporte em Itabuna. Também
apoiaremos e realizaremos grandes eventos. Dentre eles a 1ª
Conferência Municipal de Desportos, que deverá delinear as metas em
conjunto com a opinião e integração dos líderes da comunidade
esportiva.
O
intuito então é iniciar as reparações e obras para,
posteriormente, serem feitas construções de obras?
Com
certeza. Se não fizermos isso, não conseguiremos trabalhar. Temos
projetos para construir obras, mas não podemos deixar de lado as
coisas que foram esquecidas no passado. Os governos anteriores
deixaram precária a situação na área dos esportes. As praças
esportivas hoje estão condenadas. Para realizarmos grandes eventos e
estimularmos a prática dos esportes na cidade, primeiro devemos
cuidar das condições dos equipamentos que possuímos.
O
que tem em mente a atual Secretaria de Esportes para implementar bons
projetos na cidade e promover uma mudança nesse quadro negativo que
o senhor citou?
Primeiro
vamos tentar buscar parcerias. Esse será o primeiro passo e já está
em transcurso. Mantivemos contactos com lideres da comunidade, para
que possamos envolver atletas, técnicos, árbitros, professores e
todos os protagonistas do setor, para que realizemos com o máximo
possível de melhores condições, uma gestão com resultados que
agradem a todos, mas que se firme na consolidação dos esportes como
uma das prioridades dos atuais governantes e dos que os
sucederão.
Já
foram conseguidas parcerias para os projetos da prefeitura?
Até
o momento não, mas estamos fazendo o planejamento, nos articulando.
Estamos procurando algumas empresas e até representantes do comércio
que queiram fazer uma parceria conosco. Mas já existe uma boa
perspectiva de integração do público privado em diversas
intervenções que pretendemos realizar ainda para este primeiro
semestre. As Olimpíadas Atletas com Cristo, que está sendo
promovida por pastores evangélicos, com apoio da prefeitura de
Itabuna, é um exemplo do interesse do prefeito Capitão Azevedo, em
contemplar todos os seguimentos da cidade, no desenvolvimento do
esporte como “caixa de ressonância” na resposta rápida
que os esportes podem proporcionar para fomentar os desportos e
implicar benefícios em assistência social, segurança pública,
educação e formação do caráter do indivíduo.
O
esporte amador deverá ser fortalecido na cidade?
Eu
pratico esporte amador há 25 anos. O prefeito Capitão Azevedo tem
um histórico de desportista, inclusive ele é formado em educação
física. Temos preocupação com a modalidade porque, nos últimos
anos, praticamente não tivemos sequer esportes na cidade. Aí vamos
desenvolver excelentes projetos. Faremos uma verdadeira revolução
no esporte amador.
Quais
benefícios o senhor pretende implementar?
Seria,
em primeiro lugar, partir do adolescente para se chegar ao maior.
Vamos tentar resgatar a juventude. Queremos investir na molecada.
Antigamente tínhamos escolinhas. Vamos tentar resgatar as escolinhas
da prefeitura. Vamos tentar resgatar nossas crianças e nossos
jovens, através dos esportes, para que eles não sejam adotados pela
criminalidade, ou fiquem ociosos, pois como nós sabemos, “cabeça
vazia, é oficina do diabo”.
O
senhor ressaltou, brevemente, algumas ações que beneficiariam o
público jovem. Para o idoso, o que pode ser oferecido para atender
esse público?
Temos
vários projetos para serem implementados com a terceira idade e que
acontecerá em parcerias com a pasta da Promoção Social e com as
entidades organizadas da sociedade itabunense. Temos professores de
natação, que nós deixamos a disposição dos idosos, é um
profissional de educação física, que coordenará um projeto que
estamos realizando com o Conselho dos Idosos e com o Sindicato dos
Aposentados e Pensionistas. Em breve, faremos uma parceria de
esportes com a área da educação também.
Aproximadamente
quantos idosos são atendidos e beneficiados por esse projeto em
parceria entre a Secretaria de Esportes e a Promoção Social e as
entidades?
Nesse
momento não tenho o número exato porque estamos recadastrando essas
pessoas e as entidades ficaram de os encaminhar para serem inscritos
nesse projeto. Entretanto, posso assegurar que teremos mais de 600
idosos integrados a este projeto que se propõe a promover integração
social, auto-estima, entretenimento, lazer, prática de exercício
físico e estímulo à alegria de viver.
Quais
as regiões mais carentes na cidade em infra-estrutura
esportiva?
Temos
problemas no bairro de periferia, que não tem uma quadra e nenhum
campo de futebol. Na região do conceição, pontalzinho, Maria
Pinheiro, Fonseca, Santo Antonio… são bairros que também
necessitam de ações rápidas.
Qual
será a modalidade esportiva que terá maior apoio da Secretaria? Já
há essa previsão?
Estamos
pensando em todas. No desenvolvimento do nosso trabalho e
planejamento do dia-a-dia, vamos identificar quais são as melhores
modalidades esportivas e vamos optar por dar uma estrutura melhor.
Num primeiro momento vamos dar atenção a todas para identificar a
vocação e a finalidade da cidade. Há cidades que trabalham com
atletismo, natação e outras que se destacam no tênis de mesa e
futebol. Precisamos procurar criar uma identidade em Itabuna.
Para
suprir as necessidades e anseios da secretaria de esportes devem
estar previstas composições de um corpo técnico na área de
educação física e, de modo geral, de profissionais da saúde.
Foram estabelecidos diálogos com o prefeito sobre a contratação
desses profissionais?
Com
certeza. Temos ainda muitos professores que foram afastados pela
imposição do Termo de Ajuste de Conduta-TAC. E necessitamos nos
adequar a esta nova realidade de quedas vertiginosas e escassez de
verbas do Fundo de Participação dos Municípios-FPM e da
desconfiança das autoridades municipalistas, com esse crisa
financeira internacional.
Quantos
professores existem em seus postos na secretaria?
Temos
uma média de uns 12 ou 13 professores. É um número pequeno. São
poucos. Todos eles estão espalhados na área do futebol, futsal,
atletismo, capoeira e judô. A cidade é muito grande e se faz
necessário ter mais profissionais.
Quais
problemas a secretaria encontra relacionados aos funcionários?
Faltam profissionais da área técnica, administrativa, da área de
saúde? O que falta?
Em
termos de funcionários até então não posso reclamar dos que atuam
na Secretaria de Esportes. Os poucos funcionários que tenho estão
se dedicando.