Entrevista

Entrevista com a empresária do ramo de comunicação Angélica Rodrigues, que produz a coluna social e maçônica Eventos & Acontecimentos publicada nos jornais e sites DIREITOS e O COMPASSO.

O COMPASSO – O que é colunismo social? Futilidade como alguns pensam? Como a cunhada define esse tipo de jornalismo?

Angélica Rodrigues – “Um tipo muito comum de colunismo é a Coluna Social, que consiste em reunir informações (nem sempre notícias) sobre personalidades famosas na sociedade de uma cidade, região ou país. Colunistas sociais trabalham “caçando” notas sobre artistas, celebridades, milionários, figuras excêntricas, autoridades e outras pessoas”. (Wikipédia)

Entendemos que,  o colunista social é um profissional do jornalismo que trabalha escrevendo regularmente para veículos de comunicação (jornais, revistas, rádio, tevês, websites), produzindo textos não necessariamente noticiosos denominados colunas. O colunista não precisa ser necessariamente jornalista (o que significa, no Brasil, não precisar ser bacharel em Jornalismo).

O nome “Coluna” surgiu em virtude da diagramação original dos textos não-noticiosos publicados regularmente em espaço predeterminado no jornal. Nos periódicos do século XIX, tudo que não era notícia era diagramado numa única coluna vertical, de alto a baixo da página, à parte do resto do conteúdo – exceto pelos folhetins, que eram publicados geralmente na parte inferior da primeira página, ocupando todas as colunas da esquerda até a direita. Com o passar do tempo, os textos de colunas deixaram de ser limitados a uma coluna de diagramação e passaram a ter qualquer formato, mas mantendo o caráter de informações curtas, em notas, ou observações do cotidiano, em linguagem de crônica.

Atualmente, porém, os colunistas têm recebido mais destaque do que as colunas, o que lhes permite escrever sobre praticamente qualquer tema, desde que o leitor identifique neles um estilo próprio do autor. Este fenômeno tem aproximado os textos de coluna do chamado Jornalismo literário.

O COMPASSO – Como é o trabalho de um jornalista/colunista social? É só glamour?

Angélica Rodrigues Não. Não deixa de ter um certo glamour, mas quase sempre é muito e muito trabalho, desde a primeira etapa que é o recebimento na redação dos convites para os eventos, que vem por e-mails, impressos, ligações e pelas redes sociais, a exemplo do whatsapp. É a partir daí que montamos a pauta, priorizando o grau de relevância para os nossos leitores, que é a razão da coluna, e que acreditamos estar dando certo, haja vista a Eventos & Acontecimentos completar dez anos de existência. Na segunda parte, é a cobertura do evento em si, na redação produzir o texto e selecionar as fotos que comporão a matéria.

O COMPASSO – Como são selecionados os eventos que irão compor a coluna Eventos & Acontecimentos?

              Angélica Rodrigues O nosso foco é a satisfação plena dos nossos leitores.Diante disso, o critério primordial é se ele (evento) tem relevância, no caso, socialmente falando, para os nossos leitores, portanto, se é uma notícia com grau de relevância enorme, mediana ou desnecessária.

E caso exista mais de um evento naquela data, ou os mesmos se equivalham em importância/relevância, lançamos mão de outros critérios, a exemplo de quem convidou primeiro, bem como de outros que são mais subjetivos e desnecessários declinarmos aqui.

O COMPASSO – O jornal DIREITOS completou 12 anos e O Compasso em junho último 10 anos. Como se deu o seu convite para assinar a Eventos & Acontecimentos uma das colunas mais lidas dos jornais Direitos e O Compasso?

Angélica Rodrigues A bem da verdade, a direção do jornal Direitos, leia-se Vercil Rodrigues, resistiu durante quase dois anos a ter uma coluna social no jornal DIREITOS, sob a alegação que os coirmãos do sul da Bahia já faziam/cobriam esse segmento, mas foi convencido pelos inúmeros e-mails e pedidos que recebia de leitores, que diziam sentir falta no jornal dessa coluna.

E só foi a partir dessa “pressão”, que ele aventou essa possibilidade, me convencendo a escrevê-la, desde que não fosse só de eventos, mas que tivesse também o perfil de dicas de viagens e gastronomia.

O COMPASSO – E no jornal O COMPASSO?

Angélica Rodrigues Com o lançamento do jornal O Compasso, no mês de junho de 2012, veio o convite para que a Eventos & Acontecimentos fosse também publicada nesse veículo de comunicação, que nesse caso só cobre os eventos de natureza maçônico, e chegou ao 10º ano de existência como uma das mais lidas colunas dos dois jornais, tanto nas versões impressas como online: www.jornaldireitos e www.jornalocompasso.com.br.

O COMPASSO – A coluna Eventos & Acontecimentos que é publicada nos jornais impressos e online Direitos e O Compasso acaba de completar 10 anos de ininterrupta existência. Como é fazer uma década de jornalismo social?

Angélica Rodrigues Quando comecei a convite da direção do jornal Direitos, confesso que não tinha a pretensão e a convicção de que ficaria tanto tempo produzindo a Eventos & Acontecimentos. Só posso dizer que é trabalhoso a sua produção, mas ao mesmo tempo prazeroso, e ao final de cada edição, quando recebemos tantas mensagens de parabéns, percebemos que estamos no caminho certo, noticiando os eventos sociais do eixo Itabuna – Ilhéus com glamour e ética, primando pelo respeito aos homenageados, que não pagam por isso, diga-se de passagem, e aos leitores, razão maior da existência da coluna.

O COMPASSO – A cunhada já tinha alguma experiência na área do jornalismo?

Angélica Rodrigues Durante quase uma década fiz parte da PASCOM – Pastoral da Comunicação da Igreja Santa Rita de Cássia, na cidade de Itabuna, onde editávamos o jornal “O Anúncio”, e desde a reunião de pauta, onde discutíamos e selecionávamos as atribuições jornalísticas e administrativas do mês de cada um dos seus membros até a logística de distribuição. Portanto, “O Anúncio” foi a minha primeira escola de jornalismo.

Além disso, nos dois primeiros anos do jornal e revista Direitos, quando ainda não assinava a coluna Eventos & Acontecimentos, sempre participava das reuniões de pautas, sugerindo e assinando algumas matérias, acreditando que foi a partir dessa minha participação, que recebi o convite para fazer a parte social desses importantes veículos de comunicação regional.

O COMPASSO – A cunhada se inspirou ou inspira em algum profissional que atuou ou atua nessa área?

Angélica Rodrigues Em nível nacional no Ibrahim Sued, que assinou o social no jornal O Globo por mais de quatro décadas. A sua coluna passou a ser lida por todas as camadas sociais do Brasil, especialmente a carioca, tendo passado a conviver com personalidades famosas no Brasil e no exterior.

Ele Cunhou expressões (“bordões”) que se tornaram marcantes como “De leve”, “Sorry periferia”, “Depois eu conto”, “Bola Branca”, “Bola Preta”, “Ademã que eu vou em frente”, “Os cães ladram e a caravana passa”, “Olho vivo, que cavalo não desce escada”, dentre outras.

Considerado como um homem elegante, contou certa vez que, no início da sua carreira, tinha apenas um terno, que deixava todo dia debaixo do colchão de sua cama, para que não perdesse o vinco. E que foi homenageado em 2003 com uma estátua em frente ao hotel Copacabana Palace na avenida Atlântica na capital carioca.

E em nível regional, o melhor dentre todos, o saudoso Charles Henry, que atuou no colunismo social por mais de cinco décadas – revistas, jornais, sites e blogs –, bem como na TV Santa Cruz afiliada da Rede Globo, onde apresentou o programa “Somos Nós”.