Entrevista

Entrevista com José Carlos Oliveira – Fundador e tesoureiro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL

O entrevistado desta edição do Jornal DIREITOS é o advogado José Carlos Oliveira um fundadores e atual Tesoureiro da Academia Grapiúna de Letras, primeira do gênero na cidade. Ele cursou Direito na faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), advogado atuante e que no período de 1976 – 1994 trabalhou no Ministério do Trabalho e Emprego como Inspetor do Trabalho, Subdelegado do Trabalho em Itabuna, sendo aposentado como Auditor Fiscal. É Membro-fundador da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL), onde foi eleito pelos seus pares para a função de Tesoureiro; fundou as Academias Maçônica de Letras Ciências e Artes da Região Grapiúna (AMALCARG) e da Letras Jurídicas do Sul da Bahia (ALJUSBA).

DIREITOS – O que é uma academia de letras?

José Carlos Oliveira – Academia de Letras é uma instituição de cunho literário e lingüístico, que reúne uma quantidade limitada de membros efetivos, numa tradição iniciada no Século XVII com a Academia Francesa. Quanto ao termo academia, este remonta à Academia de Platão, escola fundada pelo célebre filósofo grego nos jardins da casa anteriormente pertencente ao herói grego Akademus, daí o nome academia. Naquela academia buscavase o saber pelo questionamento e pelo debate. Foi com esta ideia de debate que surgiram diversas instituições literárias na França, nas décadas de 1620 e 1630, consolidando-se na matriarca das agremiações literárias, a Academia Francesa, criada por Richelieu em 1635.

DIREITOS – De quantos acadêmicos
compõe-se a Academia Grapiúna de Letras – AGRAL e por que cada cadeira tem que ter um patrono?

JCO – A AGRAL compõe-se de 40 membros efetivos e perpétuos. Este número é adotado por todas as academias de letras, que se espelham na Academia Francesa que, desde sua criação, somente possui 40 membros, cada qual ocupando uma cadeira, e cada cadeira com um patrono de destaque, já falecido.

DIREITOS – Como se procederá a sucessão dos membros da ACADEMIA GRAPIÚNA DE LETRAS?

JCO – Como ocorre na Academia Francesa e nas demais academias de letras, o cargo de acadêmico é vitalício. Assim a sucessão dar-se-á-se apenas pela morte do ocupante da cadeira. Uma vez formalizadas as candidaturas à cadeira vazia, os acadêmicos, em sessão ordinária, manifestam a vontade de receber o novo confrade, elegendo-o através do voto secreto.

DIREITOS – Como é empossado o novo confrade sucessor?

JCO – O eleito toma posse em sessão solene. Em seu discurso de posse é de praxe evocar seu antecessor e os demais ocupantes da cadeira para a qual foi eleito. Em seguida assina o livro de posse e recebe das mãos de dois outros acadêmicos, seu colar, diploma e seu pelerine. Prossegue a cerimônia com um discurso de recepção ao novo imortal, proferido por um confrade, com referência aos méritos do novo acadêmico.

DIREITOS – Por que o título de
imortal ao membro da Academia de
Letras?

JCO – Porque, desde a criação da Academia Francesa, que suas quarenta cadeiras, numeradas sequencialmente e sem grau diferenciador entre si, contêm a inscrição “À l’immortalité” (“para a imortalidade”).

DIREITOS – A AGRAL já está com se quadro de acadêmicos completo?

JCO – Não. Tomarão posse cerca de 35 acadêmicos, eleitos por sua Diretoria. Os demais também tomarão posse posteriormente, em quantas sessões solenes forem necessárias, até completar-se o número de 40.

DIREITOS – Quem é o patrono da
AGRAL?

JCO – O escolhido em eleição democrática e secreta o escritor itabunense Jorge Amado, que neste ano está se comemorando o ano do centenário de seu nascimento.

DIREITOS – Para quando está marcada a solenidade de posse da primeira Academia de Letras de Itabuna,
Agral?

JCO – Está marcada para o próximo dia 27/03, às 19h no Salão nobre da Loja Maçônica 28 de julho, centro de Itabuna. Nesta noite teremos o acadêmicofundador Vercil Rodrigues, ocupante da cadeira número 1, proferindo uma palestra sobre vida e obra do escritor baiano Jorge Amado, bem como o jornalista Ramiro com a mensagem de saudação aos imortais.