Entrevista

Entrevista com o Corretor Imobiliário e Advogado Dr. Wanderley Rodrigues

De quando você começou atuar no ramo de imobiliária, o que mudou?
Wanderely Rodrigues – Não é que mudou. No momento em que estamos vivendo, quem tem dinheiro está segurando demais. O Brasil está complicado com os problemas do PT e quem tem dinheiro está segurando para o momento certo. Não parou, quem tem dinheiro continua tendo e quer investir em coisa melhor.

Hoje tem mais venda ou aluguel?
Wanderely Rodrigues – Aluguel hoje é para quem tem um emprego mais definido nos bancos, receita federal, etc. Tem aqueles que procuram imóveis para alugar, outros tem e querem vender para cobrir dividas e alugar o imóvel como economia.

Como você vê os novos bairros planejados?
Wanderely Rodrigues – Itabuna só tem a ganhar. São coisas de qualidade muito boa. Temos o Cidadelle em construção, o Jardim das Orquídeas, de Mário Pimental, o Alphaville em frente ao Cepec, numa fazenda de 100 hectares e outro Alphaville em frente ao Flecha, de Ervino Binow Jr. Para a cidade é bom?
Wanderely Rodrigues – Sim, muito bom, mas faço um comentário. O momento para vender o que o grupo Cidadelle está lançando no mercado, o prédio comercial, o Cidadelle Oficce, não está bom.
Acho que deveria esperar um pouco mais para ter o sucesso do primeiro, o Cidadadelle residencial.

Como está o mercado de escritórios em Itabuna?
Wanderely Rodrigues – Daquele prédio que Wanderson (WA) construiu no São Caetano, com 140 salas, eu tenho para vender apenas 9 e para alugar uma meia dúzia. Todos foram vendidos.

O pessoal está migrando escritório do centro para os bairros?
Wanderely Rodrigues – Sim, porque lá existe a facilidade, como vaga de garagem, estacionamento, que o empresário precisa. É tendência normal você sair do miolo. Veja como exemplo Salvador. As ruas Chile e Carlos Gomes, tudo isso acabou. Hoje aquelas áreas estão desvalorizadas. Eles foram para bairros distantes e construíram praticamente uma cidade. É o que a Cidadelle está propondo aqui em Itabuna. É fazer daquele bairro uma cidade, com lojas, cinemas, clubes, supermercados.

Como estão as facilidades para quem quer comprar. Existe financiamento?
Wanderely Rodrigues – Está muito bom. A CEF e o Banco do Brasil, por exemplo, financiam até 90%, com a maior facilidade. Até gente que não tem uma condição financeira pode financiar um imóvel. Nossa imobiliária cuida dos detalhes e ele só precisa assinar.

Quem procura apartamento que tipo quer?
Wanderely Rodrigues – Para morar, quer três quartos, sendo uma suíte, com duas vagas na garagem. Localização no jardim Vitória, Góes Calmon (até o meio do caminho) e o centro. Se alguém reclamar que aumentou muito, não aumentou. De um quarto, só para aluguel.

E no setor de casas?
Wanderely Rodrigues – Não construíram casas de um período para cá, só apartamentos. Se você quiser comprar uma casa boa, não custa menos de R$ 500 mil. Se quiser uma casa de até R$ 300 mil não está fácil encontrar. As quem existem foram bem feitas, todos tinham dinheiro, o cacau estava em alta.

Mas ainda tem gente construindo casas?
Wanderely Rodrigues – Tem casa de conjunto, sobrados, casa de bom tamanho. No São Judas, por exemplo, que antigamente o pessoal fazia restrição porque eram áreas muito grandes, hoje a prefeitura resolveu diminuir o tamanho dos lotes, desmembrando.
Hoje existem lotes de 500 metros quadrados. Tenho um amigo que deseja um lote de 3 mil m2, para construir 5 ou 6 casas com amigos. Hoje é a moda da cidade. Temos também uma área depois do Castália onde estão sendo construídos sobrados com três quartos, estilo São Paulo, custando R$ 180 a R$ 190 mil. Mas casas boas são as antigas.

Ainda tem muita procura por terreno para construir?
Wanderely Rodrigues – Tem sim, está na moda você e cinco ou seis amigos comprar um imóvel que dê para fazer casas ou apartamentos para morar juntos. Sai mais barato, mais bonito e sem ter a preocupação de ter como vizinho aquela família com um filho drogado ou problemático. Há uma semana vendi um terreno pequeno na Barão do Rio Branco, de 7x37m para três amigos por R$105 mil. Eles vão construir seis apartamentos e cada um fica com dois.

Qual o preço médio de um apartamento com três quartos e suíte?
Wanderely Rodrigues – Depende da localização. Um novo nas Nações Unidas, por exemplo, com 3 quartos, suíte, elevador e duas vagas de garagem, sai por R$ 450 mil. Outro em áreas como Jardim Vitória, com 3 quartos, sem elevador e com uma vaga, sai por mais ou menos R$ 300 mil.

O que faz o preço hoje?
Wanderely Rodrigues – É o custo da obra, o material de construção, a mão de obra, o custo do terreno, quanto melhor a localização do imóvel, mas caro é. Muitas casas podem acabar dando lugar a prédios, mas depende do tamanho da área e da localização.
Estamos vendendo na Beira Rio uma casa com duas frentes entre o Beira Rio e a Paulino Vieira. No inicio foi pedido R$ 2,5 milhões, baixaram e agora custa R$ 1,5 milhão.

Você vê o mercado imobiliário caminhado para Ferradas com a chegada da Ufesba?
Wanderely Rodrigues – Por enquanto não. Mas aquele lado não tem favela, bandido e é uma área próxima. É o lado de Itabuna que precisa crescer, assim como o lado do Hospital de Base. Mas o valor de Ferradas está muito alto. Eu tinha uma fazenda de 101 hectares e vendi 18 mil metros para fazer galpão. Ele pagou mais ou menos R$ 45 o metro quadrado. Hoje vale R$ 100 mil ou mais. Uma fazenda de 100 hectares onde está sendo construído o Aphaville era de minha mulher e foi vendida há 8 anos por R$ 120 mil. Hoje foi revendida por R$ 6,8 milhões. Fonte: Jornal A Região, 17/05/2014.