Entrevista

Entrevista com o presidente da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL, sediada na cidade de Itabuna, sul da Bahia. Ivann Krebs Montenegro

Ivann Krebs Montenegro, que além de presidir a AGRAL, exerce também a Presidência da Associação Itabunense dos Aposentados do Banco do Brasil – AIABB, é Membro da Academia Brasileira de Pesquisas Literárias, Vice- Presidente da Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes da Região Grapiúna – AMALCARG, todas voltadas para o aspecto Social e Cultural que compreende o complexo dos padrões, das crenças, das instituições, das manifestações artísticas e intelectuais típicas de uma sociedade e transmitidas coletivamente, formando o conjunto dos conhecimentos adquiridos em determinado campo da Cultura, caracterizando o Ser Humano como instruído, culto ou ilustrado.

DIREITOS – Por oportuno gostaríamos de saber mais a respeito da AGRAL como Academia.
Ivann Montenegro – Academia é uma sociedade, agremiação ou associação de caráter científico, literário, artístico, desportivo e o próprio lugar onde se reúnem os acadêmicos, membros ou alunos da Academia. No caso relativo à cultura, normalmente chamamos de Academia de Letras, cuja denominação pode ser associada a palavras como ciências, quando os acadêmicos são pessoas vinculadas às ciências, as artes, a filosofia, música. pintura, poesia. Daí se infere a diversidade das denominações de nossas Academias, pois não é uma academia especifica de livros, mas de letras e muitos outros sinais gráficos que são tipos diferentes de escritos como, por exemplo, a música que se constitui de notas e demais sinais de uma partitura. Poetas a mãos cheias fazem parte desta Academia que presido e divulgam com muita frequência suas poesias e poemas. Poesia e a arte de criar imagens, de sugerir emoções através de uma linguagem em que se combinam significados, sons e ritmos, traduzidos em versos que nos tocam a sensibilidade, elevam- nos a alma, encantam nosso espírito, enriquecem nossa mente e prende-nos à sociedade, agrilhoando-nos os sentimentos.

DIREITOS – Como é composta a AGRAL?
Ivann Montenegro – Academia Grapiúna de Letras – é composta de quarenta acadêmicos titulares e vinte correspondentes. Para dirigir os trabalhos da AGRAL e administrar-lhe o patrimônio são eleitas uma Diretoria e algumas Comissões permanentes e específicas, cujos membros são votados, englobadamente, em uma só lista, na reunião ordinária, normal, de novembro dos anos pares, por escrutínio secreto e maioria dos votos dos acadêmicos presentes na sessão, que se realiza com o mínimo de 15 membros efetivos. A Diretoria é composta de um Presidente, um Vice-presidente, dois Secretários, dois Tesoureiros, um Diretor de Biblioteca, um Diretor de Arquivos, um Diretor da Revista, um Diretor de Relações Públicas, um Diretor de Eventos, um Presidente e dois responsáveis pela Comissão de Contas e Patrimônio e um Presidente e dois responsáveis pela Comissão de Publicações. A Academia reúne-se normalmente na primeira quinzena de cada mês, às quintas-feiras, à noite com no mínimo sete acadêmicos. A Academia, enquanto não possui sua sede própria realiza suas reuniões ou na AABB, na Sala Zélia Lessa, no Prédio da Residência Episcopal, ou no Colégio Sagrado Coração de Jesus. Academia, salvo convite das autoridades públicas para festas e solenidades especiais, só se fará representar nas de caráter literário, científico ou artístico, assim como nas homenagens fúnebres dedicadas a seres humanos de letras, grandes artistas ou cientistas, ou figuras de renome.

DIREITOS – A Academia guarda as obras de seus Acadêmicos?
Ivann Montenegro – Nos arquivos da Academia haverá sempre uma sessão especial com documentos referentes as publicações dos trabalhos culturais dos acadêmicos, bem como documentos referentes aos patronos, fundadores, demais titulares, e documentos referentes a pessoas de destaque no município, no estado, No país e, excepcionalmente, de estrangeiros de grandes feitos. Além disso, cada patrono, com o número da sua cadeira em nossa Academia, juntamente com uma pasta de documentos e de obras de cada membro participante terá um arquivo especial onde guardaremos as obras que nos forem por eles entregue ou por terceiros. Será também mantida uma Galeria com as fotos de cada Patrono ou Patronesse. Temos, por exemplo, uma Cópia da Certidão de Batismo de Virgulino, o Lampião.

DIREITOS – Por que cada Acadêmico é classificado como Imortal?
Ivann Montenegro – Se a Academia Grapiúna de Letras tem por objetivos o cultivo da língua e da literatura brasileiras, a preservação da memória cultural nacional, com destaque para Itabuna e para a Bahia, o amparo e o estímulo às manifestações de mesma natureza, inclusive nas áreas das ciências e das artes, etc.. A denominação honorífica de imortal, quando todos sabemos que, um dia, consoante a decisão Divina, haverá, pela cessação da vida, a separação do corpo e do espírito, os quais, a começar pela parte material, pelo hábito humano do sepultamento, quando se consubstancia o dito bíblico de que do pó viemos e para o pó voltaremos e no tempo em que a parte imaterial do ser humano, a alma, o princípio espiritual e, pois, concebido como separável do corpo e imortal, que se refere ao que não morre, ao que é eterno, imorredouro, ao que estará sempre presente, aquele ou aquilo que não falece nem fenece, que se eterniza na memória, que não tem, em geral, princípio e nem fim, que dura sempre, o incessante, o imutável, o que se dá a glória e fama imorredoiras, o que se torna imortal. Inferimos, destarte, que a condição imortal do Acadêmico, reside na perenidade de sua obra ou obras. Isto sim é eterno, ainda que a obra tenha sempre o seu começo. mas o conhecimento nela contido jamais terá fim. Por outro prisma há que se considerar que o Patrono ou a Patronesse de cada cadeira tem condição imorredoura, isto é: o acadêmico como ser mortal, honorifica e simbolicamente recebe a designação de imortal, porque imortal é a condição do Patronato de cada Cadeira, cujo nome a ela se integra, como referência, em caráter definitivo, ou seja, nunca mudará a titularidade do nome do Patrono ou da Patronesse, ainda que faleça o acadêmico que ocupa a cadeira específica. Por oportuno, note-se que quando um acadêmico (confrade ou confreira) falece, declara-se vaga a cadeira que ocupa, mas o nome do Patrono ou da Patronesse é permanente e eleger-se -á, de conformidade com as normas Estatutárias e com o estabelecido no Regimento Interno da Academia, um novo Acadêmico sem, contudo, repito, alterar o nome do Patrono ou da Patronesse, conforme o sexo da pessoa eleita para esta vaga. Por oportuno registro uma poesia de minha autoria.