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Sessão especial na Alba celebra os 150 anos de Santos Dumont

ALBA

O Plenário Orlando Spinola da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) sediou, com a presença de oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) de diversos postos e graduações, na tarde desta quinta-feira (24), uma homenagem aos 150 anos de nascimento do Marechal do Ar Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira. A sessão especial, que teve como proponente o deputado José de Arimateia (Republicanos), foi dirigida pelo presidente Adolfo Menezes, que foi agraciado pela instituição militar, anteriormente em seu gabinete, com a Medalha Santos Dumont, entregue pelo comandante da Base Aérea de Salvador, coronel-aviador Vinicius Guimarães Nogueira.

A solenidade que celebrou a efeméride sofreu atraso por conta de uma queda de energia, porém, com o restabelecimento, foram iniciados os trabalhos, de forma célere, com acompanhamento esmerado do Cerimonial e de toda equipe de colaboradores e técnicos da Casa. Um vídeo institucional da FAB sobre a vida do inventor brasileiro, nascido em 20 de julho de 1873, foi exibido na sessão, que contou ainda com a participação da banda de música Maestro Wanderley, da Polícia Militar baiana, na execução do Hino Nacional e do Hino dos Aviadores.

O presidente da ALBA, Adolfo Menezes, iniciou seu discurso agradecendo a honraria recebida horas antes: “Esta medalha Santos Dumont, concedida a mim justamente no sesquicentenário do Pai da Aviação, me enche de honra e muito me emociona”. Segundo o parlamentar, Dumont é para ele um herói de sua infância, “o brasileiro genial que, nos primórdios da aviação, voou com o 14-bis, em Paris, no Campo de Bagatelle, em 23 de outubro de 1906, tendo como cenário a Torre Eiffel”. Ele também observou que seu pioneirismo, de ter conseguido voar com um aparelho mais pesado que o ar e com propulsão própria, não pode ser comparado ao feito dos irmãos Wilbur e Orville Wright, americanos que, em dezembro 1903, fizeram um voo impulsionado por uma catapulta.

O chefe do Legislativo baiano enumerou outros feitos do brasileiro, como o menor balão já fabricado para a ascensão de uma pessoa, e seu aeroplano Demoiselle, parecido com um ultraleve. “O pai da aviação se suicidou em 1932, no Guarujá, desapontado com o uso bélico dos aviões na primeira guerra, e com aeronaves do governo brasileiro, passando para bombardear a cidade de São Paulo, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Mais ou menos o que aconteceu com Robert Oppenheimer — o norte-americano pai da bomba atômica — cujo filme-biografia está em cartaz nos cinemas”, contextualizou Adolfo Menezes.

GENIALIDADE

O proponente da sessão, deputado José de Arimateia, destacou que o Parlamento baiano presta um importante homenagem a “um dos brasileiros mais importantes da história”, “inspiração para as gerações atuais e futuras”. Entre suas realizações, o legislador enumera – além do primeiro voo, homologado, com motor a explosão – a invenção do motor de cilindros opostos; a criação do relógio de pulso; e a inovação da patente livre. O republicano chegou a lembrar, pela genialidade do homenageado, a passagem bíblica da parábola dos talentos, “sobre os dons que servem tanto a Deus quanto às pessoas”.

Para José de Arimateia, o tributo ao Pai da Aviação “traz também um resgate a importantes valores morais e cívicos que precisamos apresentar às novas gerações, para que possamos formar cidadãos éticos e comprometidos com o bem-estar coletivo e que possam ser os novos inventores dos próximos centenários. Sua contribuição para o desenvolvimento da aviação mundial é inestimável e continua a influenciar o trabalho de aviadores e de engenheiros de hoje”.

Em seu pronunciamento, o coronel-aviador Vinicius Guimarães Nogueira definiu o homenageado como gênio. “Entre as nuvens da história, poucos foram os homens que, dotados de genialidade e inventividade, ousaram desafiar as fronteiras dos céus, como Alberto Santos Dumont”, disse, arrematando que Dumont, “impulsionado pela sua incansável busca pelos ares, consagrou-se o mais proeminente inventor brasileiro de todos os tempos, posicionando o Brasil na vanguarda da aeronáutica mundial”.

O comandante da Base Aérea de Salvador discorreu sobre a vida de Santos Dumont, mineiro nascido em Palmira, hoje rebatizada com seu nome, seu insaciável desejo por conhecimento que o levou, incentivado pelo pai engenheiro a mudar-se para Paris, “onde floresceu sua paixão pela engenhosidade balonista”, seguindo “o apetite pelo aprimoramento de suas invenções”, que lhe conferiram inúmeros prêmios e distinções. “Homem tão simples quanto predestinado, o que Santos Dumont fez pela humanidade é de difícil explicação. Uniu sonhos, integrou nações, construiu um mundo melhor!”, concluiu Vinicius Guimarães Nogueira.

Também participaram da cerimônia, com assento na mesa: desembargador Baltazar Miranda Saraiva, representando o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Nilson Soares Castelo Branco; comandante de aeronave tenente-coronel BM Reinaldo, representando o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, coronel BM Adson Marchesini; comandante do Graer, tenente-coronel Wolney; capitão de corveta Cobo, representando o comandante do 2º Distrito Naval, vice-almirante Antonio Carlos Cambra; defensora pública Mônica Aragão, representando a defensora pública geral do Estado da Bahia, Firmiane Venâncio; e o coordenador da Universal nas Forças Policiais (UFP), pastor Jeferson Felipe.