Artigo

Avenida Brasil

A estreia da nova novela das 21 horas foi marcada por grande expectativa e já mostrou a que veio. Preparem-se os telespectadores para uma viagem por aquilo que o ser humano pode apresentar de pior. A maldade será a tônica da novela e, sinceramente, aconselho os pais a conservarem suas crianças longe do televisor. A atriz principal, Adriana Esteves, adiantou que seu filho caçula não poderá acompanhar a novela, pois não apresenta “discernimento” para tanto. Ciente de que interpretará a pior vilã de sua carreira, a mãe de Vicente (05), Felipe (12) e Agnes (14), ainda tem dúvidas quanto a permitir que os filhos mais velhos acompanhem o seu trabalho em “Avenida Brasil”. O ator José de Abreu, que interpreta “Nilo” também está impressionado com a vileza de seu personagem, que promete chocar o país com suas atrocidades.

Ora, se o próprio elenco da novela está estarrecido diante das barbaridades que terão de encenar, imaginem o que vem por aí. Poupem-se de contaminar a mente e o espírito com o produto de uma novela a serviço do mal. O ator Marcello Novaes, o “Max”, disse que as cenas em que contracena com a pequena Mel Maia (07), a “Rita”, estão sendo especialmente difíceis, pois ele se preocupa em não machucar a criança, enquanto que o diretor, Ricardo Waddington, manda “pegar mesmo”. Evidente que o ator tem procurado ignorar seus princípios morais e valores éticos, e se encontra em “dissonância cognitiva”, sentindo-se forçado a interpretar um personagem com falas e atitudes violentas em relação à criança, situação que desdenha e pessoalmente abomina.

Considero realmente lamentável o interesse do autor, João Emanuel Carneiro, em se promover à custa da barbárie, como fez em “A favorita”, sua novela anterior, sabendo que o nosso povo é tão sofrido, tão influenciável, carente de esperança e bons exemplos. Contaminar a mente e o espírito das pessoas com ideias abjetas e criminosas é promover o mal. Certamente, advirão consequências nefastas tanto para o elenco, que já está sofrendo ao interpretar esses vilões, quanto para o autor e os indivíduos que se deixarem envolver pelos apelos maldosos do folhetim. Sugiro que as pessoas de bem busquem outro entretenimento nesse horário, esclarecendo a seus filhos sobre os riscos e efeitos deletérios dessa programação.

Ao autor, diretor e elenco da novela “Avenida Brasil” gostaria apenas de recomendar a leitura da passagem bíblica que se encontra no capítulo 18, versículos 6 e 7 do Evangelho de São Mateus, e que diz assim: “Caso alguém escandalize um destes pequeninos que creem em mim, melhor será que lhe pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezes do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis; mas, ai do homem que os causa”. Pelo menos assim, terão consciência de que serão responsabilizados por cada pessoa que, influenciada por esse folhetim, vier a cometer o mal contra si mesmo e contra o seu próximo.